São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2005

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Indústria atende demanda maior sem elevar preço

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria pode atender à procura gerada por crescimento econômico mais acelerado sem gerar inflação, mostra pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A utilização de horas extras, mais turnos e investimentos pontuais garantiriam, de acordo com levantamento da entidade, o crescimento da produção sem gerar aumentos de preços.
"A teoria do produto potencial nos ofende", diz Paulo Francini, diretor da Fiesp, mencionando as avaliações do Banco Central sobre a capacidade de crescimento do Brasil. Cálculos mencionados pelo BC estimam capacidade não superior a 4% ao ano.
Francini lembra que é muito difícil apurar a utilização da capacidade de produção das indústrias. Principalmente porque as plantas industriais não são homogêneas e, para atender a aumentos da procura por seus produtos, podem lançar mão de uma série de fatores.
A Fiesp perguntou a mil indústrias qual seria a sua capacidade de expansão utilizando alguns instrumentos como as horas extras, mais turnos de trabalho e investimentos pontuais para exterminar gargalos na produção.
A conclusão foi que a flexibilidade da indústria para se adaptar a períodos de crescimento mais acelerado é alta.
Apenas com a utilização de horas extras, diz a pesquisa, seria possível elevar a produção em 19% em relação ao pico de produção atingido pelo setor. Também em relação a esse pico, o aumento do número de turnos de trabalho levaria a aumento de 29,75%. Aumento parecido poderia ser alcançado com investimentos pontuais, que eliminassem gargalos observados pelo setor.
"A indústria sempre corre atrás da demanda", diz o diretor da Fiesp.
A avaliação do estudo da entidade é que essa flexibilidade não é captada pelo modelo usado pelo Banco Central, que pode explicar melhor as evoluções em períodos mais longos, mas não consegue dissecar os aumentos de produção em prazos mais curtos.

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