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Rodovias que vão a leilão receberam só R$ 10 mil
Valor refere-se aos gastos do governo em 2007 para a manutenção de 2.600 km
Assessoria do Dnit diz que dinheiro gasto até agosto é proporcional aos serviços feitos nos sete trechos das rodovias que serão leiloados
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
Dados do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura
de Transportes) mostram que,
até agosto deste ano, o governo
gastou apenas R$ 10.284 na
manutenção dos sete trechos
de rodovias federais que devem
ser leiloados hoje.
No ano passado inteiro, por
exemplo, foram gastos R$ 62,18
milhões nos trechos -que somam 2.600 km. Em 2005, o
montante executado foi de R$
67,45 milhões.
Segundo a assessoria do órgão, o dinheiro gasto até agosto
é proporcional aos serviços que
essas rodovias receberam, pois
os pagamentos só são feitos depois de o governo averiguar o
que foi feito pelas empresas.
A má conservação das rodovias tende a elevar as propostas
de tarifas apresentadas no leilão, pois implicam maiores gastos iniciais por parte das concessionárias, segundo disse à
Folha Carlos Serman, superintendente de Exploração da Infra-Estrutura da Agência Nacional de Transportes Terrestres, responsável pelo pregão.
Três dos sete trechos não receberam nenhum investimento até agosto: o que vai da divisa
do Rio de Janeiro com Minas
Gerais até a Dutra (BR-393); o
que fica entre a divisa do Rio
com o Espírito Santo e a Ponte
Rio-Niterói (BR-101); e a via
que liga Curitiba (PR) e Florianópolis (SC), do qual fazem
parte as BRs 116, 376 e 101.
Com a Fernão Dias (BR-381,
que vai de São Paulo a Belo Horizonte), foram gastos apenas
R$ 87,11. No final de setembro,
a Folha percorreu todo o trajeto e registrou mostras de descaso, como sinalização destruída e buracos na pista.
Verba um pouco maior teve a
Régis Bittencourt (a BR-116,
que vai de São Paulo a Curitiba). Ela já recebeu neste ano ao
menos R$ 1.204,50 para sua
manutenção. De todos os trechos, o que mais recebeu pagamentos foi o da BR-153, que
cruza São Paulo até a divisa do
Estado com Minas: R$ 8.445.
A reportagem perguntou ontem ao Dnit a que obras específicas se referiam esses pagamentos. Não teve resposta até a
conclusão desta edição. A assessoria, procurada às 15h, argumentou que não havia tempo hábil para tanto.
Apesar do pouco investimento nas rodovias até agora,
há R$ 43,8 milhões empenhados para serem gastos nos trechos. O Dnit diz que deve gastar esse valor até o final do ano.
Todos os contratos serão extintos quando começar a valer a
concessão.
O órgão é uma autarquia federal subordinada ao Ministério dos Transportes. Ele é responsável pela execução, manutenção e operação da infra-estrutura rodoviária, ferroviária
e aquaviária do país.
Envelopes
O leilão dos trechos federais,
que serão os primeiros a serem
concedidos durante o governo
Lula, deve ocorrer hoje, a partir
das 14h, na Bovespa. Segundo
previsões da ANTT, as rodovias
receberão R$ 20 bilhões de investimentos nos próximos 25
anos (duração da concessão).
Serão abertos os envelopes
das propostas e vencerá a que
oferecer a menor tarifa de pedágio. Se houver empate, o vencedor sairá por meio de sorteio.
Ao menos duas empresas
confirmaram participação em
todos os lotes: a Ecorodovias
(que administra o sistema Anchieta-Imigrantes) e o consórcio Cibe, formado pelo frigorífico Bertin e pelo grupo Equipav,
que atua em trechos na região
de Sorocaba e Rio Claro.
A estatal paranaense do ramo de energia elétrica, a Copel,
entregou os documentos para
disputar um lote: entre Curitiba e Florianópolis.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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