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Espírito Santo registra as piores perdas na agricultura e pecuária dos últimos 4 anos
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
A forte seca que atingiu o Espírito Santo entre maio e setembro fez com que a produção
de leite, carne e cana-de-açúcar
no Estado registrasse as piores
perdas dos últimos quatro
anos. Nesse período, choveu
66% menos do que a média no
sul capixaba.
A conclusão é do Incaper
(Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), órgão ligado ao
governo estadual.
Pelo menos 800 cabeças de
gado morreram de fome no sul
do Estado, região mais atingida
pela seca. O rebanho capixaba é
formado por 2,1 milhões de cabeças (40% no sul).
"O capim secou e os animais
foram perdendo peso e morreram. Nos anos anteriores não
registramos perdas significativas", disse Enio Bergoli, presidente do Incaper.
Além das mortes, Bergoli ressaltou que as cerca de 25 mil
propriedades que trabalham
com pecuária bovina -de leite
e corte- sofreram com a perda
de peso dos animais e com o
prejuízo na reconstrução do
pasto. A produção de leite, por
exemplo, teve queda de 24%.
Segundo o Siag (Sistema de
Informações Agrometeorológicas), de maio a setembro choveu cerca de 80 mm no Estado,
enquanto a média para o período é de 250 mm.
"A estiagem deste ano é comparada à seca de 2003, que foi
muito severa", disse José Geraldo da Silva, coordenador técnico do Siag.
Embora a cafeicultura, principal atividade agrícola no ES,
não tenha sido afetada, a seca
pode trazer prejuízos futuros.
Institutos de meteorologia
prevêem que as chuvas continuarão abaixo da média até o
fim do ano. "Se não chover nos
próximos 15 dias, teremos um
problema sério na cafeicultura", afirmou Bergoli.
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