São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997.




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MERCADO TENSO
Equipe econômica defende discussão sobre medidas fiscais e afirma que nada pode ser feito em 24 horas
Malan descarta 'canetada' contra o crash

VALDO CRUZ
Diretor-executivo da Sucursal de Brasília

VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília

"Não temos mais um general de plantão nem um ministro que dava uma canetada e as coisas aconteciam no dia seguinte."
Essa é a resposta que o ministro Pedro Malan (Fazenda) dá aos que criticam o governo pela demora em anunciar medidas para reduzir o déficit público, uma das maiores fragilidades do Plano Real.
O mercado reagiu mal ao fato de o governo FHC não ter divulgado na semana passada o pacote fiscal destinado a equilibrar as contas públicas. As Bolsas desabaram, e o Banco Central vendeu dólares para acalmar o mercado.
Malan diz que o Brasil hoje é uma democracia, onde medidas fiscais têm de ser conversadas e discutidas. Segundo ele, só quem está no "mundo da lua" ou tem "saudades do regime autoritário" acha que tudo pode ser feito num dia e anunciado em 24 horas.
Malan e seu secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros, concederam entrevista à Folha na semana passada para analisar a crise atual.
Mendonça de Barros também não gosta da acusação de que o governo demorou a adotar medidas para reduzir o déficit.
"O ajuste que estávamos fazendo era compatível com a velocidade na aprovação das reformas. Com a crise lá fora, temos que andar mais depressa."
O secretário diz que os juros -que o BC dobrou para conter a especulação contra o real- não podem ficar no atual patamar por muito tempo. Mas diz que a taxa não vai descer "num tiro só".
Mendonça de Barros e Malan se recusaram a dar detalhes das medidas fiscais que devem ser anunciadas amanhã.



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