|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nova economia responde por queda
de 21,9% no emprego entre 89 e 99
MAFALDA AVELAR
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil está na contramão do
desenvolvimento da chamada
nova economia. O setor de indústrias de tecnologia de informação
e comunicação (ITIC) foi responsável, entre 1989 e 1999, pela perda
de 174 mil empregos, uma queda
de 21,9% no total do emprego
nesse período, no Brasil. O setor
reduziu a sua participação no PIB
(Produto Interno Bruto) brasileiro, de 2,7%, em 1989, para 2,1%,
em 1999.
Tudo isso enquanto nos países
desenvolvidos a participação desse setor aumentou. Nos EUA, por
exemplo, a presença de ITIC na
economia cresceu de 5,8% para
8,3%, e o volume de emprego passou de 3,6 milhões para 5,2 milhões de novos trabalhadores.
Os dados são do estudo "As
possibilidades do trabalho e a nova economia no Brasil", desenvolvido por Marcio Pochmann, economista do Centro de Estudos
Sindicais e de Economia de Mercado (Cesit) da Unicamp.
Segundo Pochmann, a teoria
defendida em 1989, de que a abertura comercial e financeira favoreceria o forte ingresso de capital
estrangeiro, caiu por terra ajudada, ainda, pela transformação radical do sistema produtivo brasileiro. "O país está deixando de ser
produtor de bens de serviços de
maior valor agregado e tecnológico para apenas montar e comprar
novas tecnologias", disse.
Para Pochmann o segmento industrial associado à nova economia (ITIC) se transformou numa
das principais fontes de desestabilização da balança comercial brasileira nos anos 90, diante da dependência tecnológica crescente
(o déficit agregado do setor industrial subiu de menos de US$
300 milhões em 1989 para US$ 5
bilhões em 1999). Em termos de
participação mundial, as exportações brasileiras do setor repre-
sentaram, em 99, 0,5%.
Texto Anterior: Indústria: Nível de emprego voltou a crescer em SP Próximo Texto: Trabalho: Força ameaça desembarcar da greve; bancários aderem Índice
|