São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2000

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Nova economia responde por queda de 21,9% no emprego entre 89 e 99

MAFALDA AVELAR
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil está na contramão do desenvolvimento da chamada nova economia. O setor de indústrias de tecnologia de informação e comunicação (ITIC) foi responsável, entre 1989 e 1999, pela perda de 174 mil empregos, uma queda de 21,9% no total do emprego nesse período, no Brasil. O setor reduziu a sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, de 2,7%, em 1989, para 2,1%, em 1999.
Tudo isso enquanto nos países desenvolvidos a participação desse setor aumentou. Nos EUA, por exemplo, a presença de ITIC na economia cresceu de 5,8% para 8,3%, e o volume de emprego passou de 3,6 milhões para 5,2 milhões de novos trabalhadores.
Os dados são do estudo "As possibilidades do trabalho e a nova economia no Brasil", desenvolvido por Marcio Pochmann, economista do Centro de Estudos Sindicais e de Economia de Mercado (Cesit) da Unicamp.
Segundo Pochmann, a teoria defendida em 1989, de que a abertura comercial e financeira favoreceria o forte ingresso de capital estrangeiro, caiu por terra ajudada, ainda, pela transformação radical do sistema produtivo brasileiro. "O país está deixando de ser produtor de bens de serviços de maior valor agregado e tecnológico para apenas montar e comprar novas tecnologias", disse.
Para Pochmann o segmento industrial associado à nova economia (ITIC) se transformou numa das principais fontes de desestabilização da balança comercial brasileira nos anos 90, diante da dependência tecnológica crescente (o déficit agregado do setor industrial subiu de menos de US$ 300 milhões em 1989 para US$ 5 bilhões em 1999). Em termos de participação mundial, as exportações brasileiras do setor repre-
sentaram, em 99, 0,5%.


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