São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2006

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Mercado Aberto

@ - Guilherme Barros

Amigo de Palocci é a 1ª baixa de Lula depois da reeleição

O governo Lula já tem a sua primeira baixa depois da reeleição. Depois de três anos e sete meses na presidência da BBDTVM, a maior administradora de recursos de terceiros da América Latina, o economista Nelson Rocha Augusto irá deixar a instituição. Ao comunicar sua decisão ao presidente do Banco do Brasil, Rossano Maranhão, ele alegou que iria voltar à iniciativa privada.
Desde a saída do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, seu amigo pessoal, Nelson Rocha perdeu espaço no governo. O economista, que foi secretário de Planejamento na primeira gestão de Palocci (1993-1996) na Prefeitura de Ribeirão Preto, era interlocutor freqüente do ex-ministro enquanto ele esteve no governo.
O nome de Nelson Rocha chegou a ser cogitado para assumir a presidência do Banco do Brasil, no final de 2004, quando Cassio Casseb deixou a instituição. Com o afastamento de Palocci, no entanto, o economista perdeu força no governo.
A saída de Nelson Rocha pode ser interpretada também como uma perda de poder e de prestígio de Palocci no Palácio do Planalto, apesar de ele ter sido eleito deputado pelo PT com uma boa votação em São Paulo.
Nelson Rocha deixa bons resultados na BBDTVM. No período em que ficou à frente da instituição, o total de recursos administrados de terceiros da BBDTVM dobrou. A distribuidora acaba de superar a marca de R$ 182 bilhões em recursos administrados.
Economista formado pela Unicamp, Nelson Rocha defendeu, durante a campanha presidencial, independentemente de quem saísse vitorioso nas eleições, que os dois candidatos dessem prioridade às reformas estruturais em 2007. Ele chegou a dizer que, sem as reformas, o Brasil corria o risco de perder todas as conquistas na economia obtidas nos últimos anos. Ou seja, o país poderia voltar a conviver com o pior dos mundos: inflação junto com estagnação.
Entre as reformas, Nelson Rocha aponta como fundamentais a tributária, a previdenciária, a trabalhista e a independência ou autonomia do Banco Central.
Procurado pela Folha, Nelson Rocha preferiu não se pronunciar sobre os motivos de sua saída da BBDTVM.

SÓ NO SAPATINHO
O empresário Alexandre Birman inaugura hoje, em São Paulo, a primeira loja conceito de sua marca de calçados e acessórios Schutz -que ele abriu quando tinha 19 anos. O prédio de três andares foi transformado num loft que vai abrigar show-room, bar e escritório para receber convidados e pequenos eventos. A grife, que este ano completa 11 anos, também inaugura sua presença em Londres. Em dezembro, os calçados da marca brasileira vão ocupar as prateleiras da Harrods. A empresa, que exporta por ano 1 milhão de pares com a marca de diferentes clientes, quer expandir a presença do nome Schutz no exterior. Atualmente ela vende cerca de 250 mil pares ao ano da marca própria em países da Europa, América e Ásia. "A minha batalha é para ampliar a presença da marca própria lá fora", diz Birman, que aos sete anos já sabia montar caixas de sapato na fábrica do pai, Anderson Birman, dono da Arezzo.

SONDAGEM

As apostas da indústria

Os empresários apostam na recuperação do mercado interno em 2007. Segundo sondagem especial sobre investimentos da CNI, que será divulgada hoje, 70% das empresas pesquisadas planejam investir no mercado doméstico.
Já a expansão da produção é o principal objetivo de mais de 50% das empresas de 11 setores, em especial os de álcool (75%) e os de papel e celulose (73,9%).
Para outros sete setores, o principal foco dos investimentos será a melhoria da qualidade dos produtos, com destaque para as áreas de refino de petróleo (76,9%) e edição e impressão (61,7%). Para outros três setores (farmacêutico, material eletrônico e de comunicação e limpeza e perfumaria), o principal objetivo para 2007 é o de lançar novos produtos.
A pesquisa da CNI também mostra que, em 2006, apenas um terço dos investimentos previstos foram realizados conforme o planejado.
A sondagem especial sobre investimentos na indústria brasileira foi feita com 1.581 indústrias entre os dias 3 e 20 de outubro.

GARIMPO
A importadora de mármores Galleria della Pietra lança, na próxima segunda, em São Paulo, uma coleção de pedras semi preciosas vindas de Madagascar. De uma produção limitada em cerca de 30 chapas por mês, a importadora trouxe oito chapas de materiais como ametista e quartzo, pela primeira vez no Brasil. As pedras, que podem ser aplicadas em paredes e móveis, levam cerca de 240 milhões de anos para serem produzidas na natureza. O metro quadrado chega a custar US$ 7 mil. Cada chapa tem 4 m2. "Fechamos contrato para trazer três ou quatro chapas por mês", diz o empresário Leonardo dos Mares Guia, filho do ministro Walfrido dos Mares Guia.

EMPREGO EM ALTA
O emprego na construção civil voltou a subir em setembro, sendo o maior desde maio de 1995. O número de empregados formais no setor em setembro somava 1,54 milhão de trabalhadores, uma alta de 0,95% em relação a agosto e de 10,3% em 2006. Segundo o presidente do SindusCon-SP, João Claudio Robusti, esse crescimento se deveu à expansão do setor imobiliário e ao aumento de obras públicas por conta das eleições.

DINGOBEL
O Masp vai flutuar na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, como parte da decoração da árvore de Natal da Bradesco Seguros, na 11ª edição. O objetivo é homenagear a família brasileira.


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