São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2006

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Leilão da Anac distribui novos vôos em Congonhas

Aeroporto de SP passará a ter mais 28 pousos e decolagens nas próximas semanas

Duas novas empresas, Air Minas e Total, começam a operar no local; divisão não considera espaços da Varig, ainda sob disputa na Justiça


IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Conhecido por suas longas filas e atrasos nos horários de pico, o já congestionado aeroporto de Congonhas (na zona sul de São Paulo) passará a ter 28 novos pousos e decolagens nas próximas semanas, decorrentes do leilão de horários realizado ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Duas novas empresas -Air Minas e Total- começam a operar no local, com uma partida e uma chegada diariamente cada uma. De acordo com a regra do leilão, as duas aéreas poderiam pleitear 20% da oferta de horários, algo criticado por supostamente elevar a concentração das empresas já consolidadas no mercado em detrimento das novas.
As demais empresas que já atuavam em Congonhas ratearam o restante dos horários e obtiveram novos espaços de pousos e decolagens -BRA (3), Pantanal (2), TAM (2), Gol (2) e Ocean Air (3). Estes espaços ou "janelas" são chamados tecnicamente de slots, um termo que designa ainda o espaço físico das aéreas nos aeroportos.
Com o leilão, a Anac permite a elevação do tráfego aéreo em Congonhas, controlado pelo radar da Aeronáutica em Brasília, onde o protesto de controladores causou enormes atrasos durante dez dias. Curiosamente, a Aeronáutica interditou os céus brasileiros aos jatos executivos, de táxi aéreo e aeronaves menores nos horários de pico para eliminar pontos dos radares e minimizar os atrasos.
Os slots são alvo de grande disputa na aviação civil por significar, na prática, melhor oferta para os clientes. No Brasil, o único aeroporto dividido em slots é Congonhas, justamente pelo excesso de tráfego.
O leilão da Anac se tornará completo hoje, quando as empresas apresentam a documentação necessária para assegurar o uso dos horários. A partir daí, correm 15 dias de burocracia e outros 30 dias durante os quais as companhias precisam usar o espaço para não perdê-lo.
O leilão oferece apenas os horários, sem impor determinada rota a ser seguida. Cada empresa definirá os destinos de acordo com seus planos de negócio. Como o processo ainda não está completo, as aéreas não divulgaram ainda quais são estas eventuais novas linhas.
O leilão não contemplou os slots destinados à Varig, pois tais horários estão sob disputa e embargados pela Justiça.
Antes de leiloar os slots, a Anac consultou a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária) e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) sobre a possibilidade técnica do aumento do número de vôos. Recebeu o aval de ambos.
Na avaliação da agência, ainda há horários livres em Congonhas, que recebe cerca de 5 milhões de passageiros acima de sua capacidade.


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