|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Leilão da Anac distribui novos vôos em Congonhas
Aeroporto de SP passará a ter mais 28 pousos e decolagens nas próximas semanas
Duas novas empresas, Air Minas e Total, começam a operar no local; divisão não considera espaços da Varig, ainda sob disputa na Justiça
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Conhecido por suas longas filas e atrasos nos horários de pico, o já congestionado aeroporto de Congonhas (na zona sul
de São Paulo) passará a ter 28
novos pousos e decolagens nas
próximas semanas, decorrentes do leilão de horários realizado ontem pela Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil).
Duas novas empresas -Air
Minas e Total- começam a
operar no local, com uma partida e uma chegada diariamente
cada uma. De acordo com a regra do leilão, as duas aéreas poderiam pleitear 20% da oferta
de horários, algo criticado por
supostamente elevar a concentração das empresas já consolidadas no mercado em detrimento das novas.
As demais empresas que já
atuavam em Congonhas ratearam o restante dos horários e
obtiveram novos espaços de
pousos e decolagens -BRA (3),
Pantanal (2), TAM (2), Gol (2) e
Ocean Air (3). Estes espaços ou
"janelas" são chamados tecnicamente de slots, um termo
que designa ainda o espaço físico das aéreas nos aeroportos.
Com o leilão, a Anac permite
a elevação do tráfego aéreo em
Congonhas, controlado pelo radar da Aeronáutica em Brasília,
onde o protesto de controladores causou enormes atrasos durante dez dias. Curiosamente, a
Aeronáutica interditou os céus
brasileiros aos jatos executivos,
de táxi aéreo e aeronaves menores nos horários de pico para
eliminar pontos dos radares e
minimizar os atrasos.
Os slots são alvo de grande
disputa na aviação civil por significar, na prática, melhor oferta para os clientes. No Brasil, o
único aeroporto dividido em
slots é Congonhas, justamente
pelo excesso de tráfego.
O leilão da Anac se tornará
completo hoje, quando as empresas apresentam a documentação necessária para assegurar
o uso dos horários. A partir daí,
correm 15 dias de burocracia e
outros 30 dias durante os quais
as companhias precisam usar o
espaço para não perdê-lo.
O leilão oferece apenas os horários, sem impor determinada
rota a ser seguida. Cada empresa definirá os destinos de acordo com seus planos de negócio.
Como o processo ainda não está completo, as aéreas não divulgaram ainda quais são estas
eventuais novas linhas.
O leilão não contemplou os
slots destinados à Varig, pois
tais horários estão sob disputa
e embargados pela Justiça.
Antes de leiloar os slots, a
Anac consultou a Infraero
(Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária) e o
Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) sobre a
possibilidade técnica do aumento do número de vôos. Recebeu o aval de ambos.
Na avaliação da agência, ainda há horários livres em Congonhas, que recebe cerca de 5 milhões de passageiros acima de
sua capacidade.
Texto Anterior: Programa é resultado de acordo Próximo Texto: STF cassa liminar e Transbrasil fica sem concessões Índice
|