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Exportação de serviços do Brasil sobe acima da média
Relatório da OMC inclui país no grupo dos mais dinâmicos no comércio de serviços
Apesar da alta, posição no ranking dos maiores exportadores do setor continua modesta, com o 35º lugar, atrás de Portugal
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
As exportações e importações de serviços pelo Brasil subiram quase duas vezes acima
da média mundial em 2005, enquanto o déficit do setor deu
um salto de 64% -de US$ 4,5
bilhões para US$ 7,4 bilhões.
O comércio de serviços brasileiro é um dos destaques do relatório "Estatísticas do Comércio Internacional 2006", divulgado ontem pela OMC (Organização Mundial do Comércio). O
texto inclui o Brasil no grupo
dos mais dinâmicos exportadores de serviços -com alta superior a 15%-, ao lado de China,
Índia, Luxemburgo, Rússia, Polônia, México e Hungria.
As exportações brasileiras de
serviços tiveram alta de 28%,
para US$ 14,9 bilhões, comparada a uma expansão global
média de 10,45%. As importações deram salto de 38%, bem
acima da alta mundial de
10,15%, e somaram US$ 22,3 bilhões. Com isso, o déficit do setor atingiu US$ 7,4 bilhões.
Apesar do crescimento, o
Brasil ainda ocupa posição modesta no ranking dos maiores
exportadores de serviços: está
em 35ª lugar, logo atrás de Egito e Portugal. Entre os importadores, ocupa a 28ª posição.
"A alta das exportações mostra que o Brasil tem um setor de
serviços dinâmico", afirma Mário Marconini, presidente executivo do Conselho de Relações
Internacionais da Federação
do Comércio de São Paulo.
As exportações incluem atividades como serviços de engenharia, construção, consultoria
e transportes. O gasto com viagens de estrangeiros no Brasil
também entra nessa conta, enquanto o dos brasileiros no exterior é computado como importação de serviços.
No comércio de bens, o relatório da OMC mostra o impacto da desaceleração da economia sobre as importações brasileiras, que tiveram alta de 17%
em 2005, abaixo da média regional e da expansão das exportações, ambas de 23%.
O cenário se inverteu em
2006, com alta de 25,1% das importações entre janeiro e outubro, acima da expansão de
17,3% nas vendas externas. Porém a principal razão para a
mudança não é a aceleração
econômica, mas a valorização
do real, avalia Edgard Pereira,
economista-chefe do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria).
Segundo ele, a situação de
2006 é "mais preocupante" que
a de 2005, porque dá indícios
de que pode estar ocorrendo
uma substituição de insumos e
bens de consumo nacionais por
importados. Com o real valorizado, os produtos importados
ficam mais baratos para os consumidores e as indústrias.
"No primeiro semestre, o
consumo das famílias cresceu
4%, enquanto a produção nacional cresceu pouco", observa.
Isso significa que parte do consumo foi atendida com produtos estrangeiros.
Estudo do Iedi indica que pela primeira vez desde 2001 o superávit da indústria de transformação no primeiro semestre teve queda em relação a
igual período do ano anterior.
O relatório da OMC mostra
que o comércio mundial teve
alta de 6% em 2005, abaixo dos
excepcionais 9,5% de 2004. A
desaceleração se deveu ao menor crescimento da Europa e
dos EUA e de alguns emergentes, entre os quais o Brasil.
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