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Rio vive "boom" nos preços dos imóveis
Com juros menores e perspectiva de crescimento da economia local, valorização no mercado residencial chega a 50% em alguns bairros
Em São Paulo, alta nos preços também ocorreu,
mas não foi homogênea;
aumento médio em algumas regiões alcançou 9%
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
Embalado pela queda do juros, pelo recuo da Bolsa no início do ano e pelas perspectivas
de um novo ciclo de crescimento no Rio, o mercado carioca de
imóveis residenciais experimenta alta de preços neste ano.
Em toda a zona sul, a valorização dos apartamentos supera
os 20%, chegando a 50% em
Ipanema e no Flamengo. Em
bairros da zona norte, como Tijuca, a alta é de 30%. Os dados
foram levantados pelo Secovi-Rio (sindicato das empresas do
setor imobiliário), a pedido da
Folha.
A zona sul, a mais valorizada,
é uma área delimitada pelo
Centro e pela Barra da Tijuca,
além dos morros. A predominância é de apartamentos com
mais de dez anos de uso. Em
igual período de 2007, a valorização de apartamentos nessas
regiões era de, no máximo, 10%
e foi negativa em Ipanema.
Em 2008, as maiores altas
ocorreram em Botafogo, com
29%, e Ipanema, com 23% -e
10% em outras áreas. Botafogo
é a região da zona sul onde são
lançados mais apartamentos,
devido à grande quantidade de
imóveis antigos -derrubados
para a construção de prédios.
Em São Paulo, também há
valorização, mas de forma não
homogênea entre as regiões.
Segundo dados fornecidos pelo
Creci-SP (Conselho Regional
de Corretores de Imóveis), na
chamada zona de valor A (Jardins, Ibirapuera, Moema e
Itaim), as variações médias de
preço por metro quadrado estão em torno de 9% no ano.
Na zona B (Pinheiros, Vila
Madalena, Vila Olímpia, Aclimação, Alto da Lapa e Brooklin), há queda média de 15%.
Na zona C (Aeroporto, Butantã,
Jabaquara, Santo Amaro e Tatuapé), os preços estão estáveis.
Hoje, o preço do metro quadrado na zona sul do Rio está na
faixa de R$ 4.000, atingindo o
dobro em Ipanema e Leblon.
Segundo o Creci-SP, os preços
médios dos bairros da zona A
são em torno de R$ 3.200, atingindo média de R$ 4.100 para
imóveis mais novos.
Na zona sul do Rio, é comum
encontrar apartamento de dois
quartos acima de R$ 500 mil,
mesmo a alguns quilômetros
das praias badaladas e em prédios antigos. Em Botafogo, a
corretora contratada pelo psicólogo Luís Sérgio Gonçalves
anunciou seu dúplex de 111 metros quadrados, no primeiro
andar, por R$ 750 mil.
O apartamento foi comprado
na planta em 2007 por menos
de R$ 500 mil. "Valorizou mais
que eu esperava. Quero um
três-quartos, mas não sei se vou
conseguir", diz. Em Laranjeiras, a seis quilômetros de Copacabana, imóveis de 80 metros
quadrados são vendidos por
R$ 6.000 o metro quadrado.
Uma das razões para a alta foi
o susto com a crise no mercado
financeiro. "Com as quedas da
Bolsa, no período de crise, e dos
juros da renda fixa, os investidores voltaram a ver os imóveis
como opção de investimento
seguro e rentável", afirma Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio.
A empresária Rosane Rodrigues mora em um bairro do subúrbio. A poupança da família
estava em CDBs e fundos de
renda fixa. "O retorno estava
baixo. Decidimos investir em
algo que valorizasse e morar
em um lugar melhor."
Ela sacou 60% da poupança
para investir num apartamento
em construção na Barra. Na
rua, uma fileira de prédios está
em construção. Embora afastada da praia, Rosane acha que o
imóvel vai se valorizar, principalmente por causa das arenas
que serão construídas para os
Jogos Olímpicos. Os investimentos da indústria do petróleo também devem ajudar a valorizar a região.
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