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TRABALHO
Maior parte dos reajustes negociados ocorre de forma parcelada, em até 3 vezes, revela estudo da CUT com sindicatos
Categorias zeram inflação no 2º semestre
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Trabalhadores representados
por 16 sindicatos filiados à CUT
(Central Única dos Trabalhadores) conseguiram reajustes salariais iguais ou acima da inflação
nas negociações coletivas do segundo semestre deste ano. A
maior parte desses reajustes foi
concedida de forma parcelada
-em até três vezes.
É o que mostra levantamento
parcial divulgado ontem pela Secretaria de Política Sindical da
CUT-São Paulo, com 20 sindicatos paulistas. Juntas, essas entidades representam 1,5 milhão de
trabalhadores no Estado.
O índice usado para comparar o
reajuste negociado pelas categorias e a inflação acumulada nos 12
meses anteriores a cada data-base
foi o INPC (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor) do IBGE.
Esse indicador é o mais usado nas
negociações e serve de referência
para reajustar o salário mínimo e
benefícios previdenciários.
No segundo semestre deste ano,
pelo menos 60% (12) das categorias profissionais pesquisadas
conseguiram zerar as perdas da
inflação -resultado inferior ao
verificado em 2002. No segundo
semestre do ano passado, 75%
das 38 categorias estudadas pela
CUT haviam negociado reajustes
iguais ao da inflação.
Entre os sindicatos que conseguiram zerar as perdas da inflação
neste semestre -que variou pelo
INPC entre 16,15% e 19,64%, dependendo da data-base da categoria- estão os ligados aos ramos metalúrgico, químico, gráfico, vestuário e construção civil.
Em relação às negociações feitas
entre janeiro e junho de 2003, os
resultados conquistados neste semestre são melhores. No primeiro semestre, 25% negociaram reajustes iguais ou acima da inflação.
Para o presidente da CUT-SP,
Edílson de Paula, os acordos forma influenciados pela retomada
do crescimento econômico no segundo semestre. "A política do
governo Lula está apresentando
sinais positivos na economia. A
melhora dos indicadores, como o
controle da inflação, a estabilidade no câmbio e a queda constante
da taxa [de juros ] Selic, refletiu no
resultado dos acordos", disse.
Entre as categorias pesquisadas,
20% (4) conseguiram reajustes
acima da inflação -foram trabalhadores do setor rural (laranja e
lavoura branca), do ramo de papel e papelão e do setor têxtil.
Técnicos do Dieese já haviam
apontado essa tendência, como
antecipou a Folha em reportagem
publicada dia 23 de novembro. A
mudança de cenário no segundo
semestre -com sinais de recuperação em algumas atividades do
setor industrial-, aliada à ação
sindical de categorias mais representativas, contribuíram para explicar a melhora nos acordos salariais em relação aos primeiros seis
meses de 2003.
O levantamento da CUT também mostra que 10 das 12 categorias que conseguiram zerar as
perdas da inflação aceitaram receber o reajuste de forma parcelada
-em até três vezes. No segundo
semestre de 2002, essa tendência
não foi verificada.
Dos 20 acordos pesquisados,
20% ficaram abaixo da inflação.
No primeiro semestre deste ano,
47% das categorias profissionais
não haviam sequer conseguido
repor a inflação nos salários.
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