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São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2003

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TRABALHO

Maior parte dos reajustes negociados ocorre de forma parcelada, em até 3 vezes, revela estudo da CUT com sindicatos

Categorias zeram inflação no 2º semestre

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Trabalhadores representados por 16 sindicatos filiados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) conseguiram reajustes salariais iguais ou acima da inflação nas negociações coletivas do segundo semestre deste ano. A maior parte desses reajustes foi concedida de forma parcelada -em até três vezes.
É o que mostra levantamento parcial divulgado ontem pela Secretaria de Política Sindical da CUT-São Paulo, com 20 sindicatos paulistas. Juntas, essas entidades representam 1,5 milhão de trabalhadores no Estado.
O índice usado para comparar o reajuste negociado pelas categorias e a inflação acumulada nos 12 meses anteriores a cada data-base foi o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE. Esse indicador é o mais usado nas negociações e serve de referência para reajustar o salário mínimo e benefícios previdenciários.
No segundo semestre deste ano, pelo menos 60% (12) das categorias profissionais pesquisadas conseguiram zerar as perdas da inflação -resultado inferior ao verificado em 2002. No segundo semestre do ano passado, 75% das 38 categorias estudadas pela CUT haviam negociado reajustes iguais ao da inflação.
Entre os sindicatos que conseguiram zerar as perdas da inflação neste semestre -que variou pelo INPC entre 16,15% e 19,64%, dependendo da data-base da categoria- estão os ligados aos ramos metalúrgico, químico, gráfico, vestuário e construção civil.
Em relação às negociações feitas entre janeiro e junho de 2003, os resultados conquistados neste semestre são melhores. No primeiro semestre, 25% negociaram reajustes iguais ou acima da inflação.
Para o presidente da CUT-SP, Edílson de Paula, os acordos forma influenciados pela retomada do crescimento econômico no segundo semestre. "A política do governo Lula está apresentando sinais positivos na economia. A melhora dos indicadores, como o controle da inflação, a estabilidade no câmbio e a queda constante da taxa [de juros ] Selic, refletiu no resultado dos acordos", disse.
Entre as categorias pesquisadas, 20% (4) conseguiram reajustes acima da inflação -foram trabalhadores do setor rural (laranja e lavoura branca), do ramo de papel e papelão e do setor têxtil.
Técnicos do Dieese já haviam apontado essa tendência, como antecipou a Folha em reportagem publicada dia 23 de novembro. A mudança de cenário no segundo semestre -com sinais de recuperação em algumas atividades do setor industrial-, aliada à ação sindical de categorias mais representativas, contribuíram para explicar a melhora nos acordos salariais em relação aos primeiros seis meses de 2003.
O levantamento da CUT também mostra que 10 das 12 categorias que conseguiram zerar as perdas da inflação aceitaram receber o reajuste de forma parcelada -em até três vezes. No segundo semestre de 2002, essa tendência não foi verificada.
Dos 20 acordos pesquisados, 20% ficaram abaixo da inflação. No primeiro semestre deste ano, 47% das categorias profissionais não haviam sequer conseguido repor a inflação nos salários.


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