São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008

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Japão e Canadá têm recursos para o pré-sal, afirma Lobão

Segundo ministro, China já ofereceu US$ 10 bilhões

DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) disse que, além da China e dos Emirados Árabes, grupos japoneses e canadenses também ofereceram financiamento para a exploração do pré-sal. Em entrevista publicada na Folha de ontem, Lobão diz que a China ofereceu US$ 10 bilhões para financiar a exploração do óleo.
"A Petrobras é a maior empresa do país, sólida, tem uma tradição de prestígio no exterior. Não há investimento mais seguro, portanto, do que nela", disse o ministro.
Segundo Lobão, nem a estatal nem o governo decidiram se esses empréstimos serão necessários. Ele lembrou que a Petrobras tem blocos já leiloados anteriormente e que estão na região do pré-sal, o que pode ser muito lucrativo para a empresa no futuro. "Qualquer banco, qualquer instituição financeira internacional avalia essa situação toda."
Para o ministro, o preço do barril do petróleo deverá voltar a subir. Segundo ele, apesar da crise, o consumo continua em crescimento e os produtores podem reduzir a extração de petróleo para controlar o preço, se for preciso. "US$ 150 o barril não é um patamar realista, mas US$ 40 também não é."
Lobão disse ainda que o novo plano de investimento da Petrobras, que deverá ser anunciado até o fim do ano, poderá ter mais recursos do que o anteriormente previsto.
"Ela [a Petrobras] vai liberar até o final desse ano o seu programa atualizado de investimentos. Pode ser um planejamento mais alentado de recursos, mais adequado", disse.

Prazo
A Petrobras pediu à ANP (Agência Nacional do Petróleo) mais prazo para explorar aproximadamente 70 blocos que já havia arrematado em licitações feitas pela agência reguladora. A ANP ainda não decidiu se aceita o pedido da estatal. A demanda foi feita no mês passado. Em seu pedido, a Petrobras alega que não tem condições de cumprir o programa exploratório mínimo no prazo.
De acordo com a regulamentação do setor de petróleo, as empresas que vencem licitações para explorar áreas em busca de petróleo têm um prazo para cumprir um cronograma mínimo de pesquisa. O prazo era de quatro anos e foi elevado para cinco pela ANP. Caso a empresa responsável pela área não cumpra o cronograma, pode perder a concessão.
No caso do pedido da Petrobras, a maior parte dos blocos teria o prazo de exploração mínimo vencendo no final deste mês. O principal argumento da estatal para pedir o prolongamento do prazo não foi a crise financeira, e sim o aquecimento do mercado: a empresa alegou dificuldades para conseguir equipamentos necessários à exploração, como sondas.
Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a Petrobras não quis comentar o pedido de adiamento feito à ANP. A agência reguladora, por meio de sua assessoria, confirmou apenas o teor do pedido, em linhas gerais, mas não deu mais detalhes.
Em novembro, a Petrobras já havia admitido adiar projetos de exploração e produção, desde que não afetem de forma significativa a curva de produção da empresa. Na ocasião, o gerente-geral de novos negócios da área de exploração e produção, José Jorge de Moraes Junior, afirmou que seriam priorizados projetos que possibilitem retorno mais rápido, como os que extraem óleo leve.
Ele frisou que os projetos do pré-sal são prioritários para a empresa, pois são decisivos para as metas de produção pós-2015, e não serão afetados.


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