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Trem-bala terá tarifa máxima de R$ 250
Valor, referente à passagem na classe econômica, foi definido ontem pelo governo
Para competir com o avião, cujo preço pesquisado na internet é de R$ 150, com taxa de embarque, trem precisará de 40% de deságio
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo definiu ontem o
valor teto da tarifa do trem de
alta velocidade, o trem-bala,
em R$ 0,60 por quilômetro.
Nesse preço, o trecho entre o
centro do Rio de Janeiro (estação Barão de Mauá) e o Campo
de Marte, em São Paulo (412,3
km), ficaria por R$ 247,38.
Isso significa que, para ser
competitivo com o avião, o
trem-bala precisa ter um deságio de no mínimo 40% na tarifa.
Em pesquisa feita nos endereços eletrônicos das companhias aéreas, o menor valor de
bilhete encontrado para uma
viagem entre o Rio de Janeiro
(Santos Dumont) e São Paulo
(Congonhas), hipoteticamente
marcada para terça-feira que
vem, era de R$ 135. Com a taxa
de embarque, passou para R$
150,5. De ônibus (convencional), a viagem sai por R$ 68.
De acordo com Hélio Mauro,
superintendente-executivo da
ANTT (Agência Nacional de
Transportes Terrestres), o preço teto foi definido em um valor
que evite a possibilidade de o
trem-bala inviabilizar outras
formas de transporte.
"No trecho entre Paris e Bruxelas, por exemplo, desapareceu o transporte aéreo", afirmou Mauro.
O valor teto de R$ 0,60 por
quilômetro se refere à passagem na classe econômica do
trem de alta velocidade.
Na classe executiva, o preço
poderá ser até 75% maior -R$
1,05 por quilômetro, o que resulta em uma passagem de R$
432,91 entre as duas cidades.
O trem de alta velocidade deverá levar uma hora e 33 minutos entre as duas cidades, enquanto a viagem pela ponte aérea dura cerca de 40 minutos.
Por outro lado, o avião exige
que o passageiro esteja no aeroporto cerca de uma hora antes
para o check-in.
Nos estudos que o próprio
governo tornou disponíveis sobre o trem-bala (www.tavbrasil.gov.br), a tarifa prevista era
um pouco mais baixa -entre
R$ 150 e R$ 200.
Critérios
Pelos critérios definidos e
publicados ontem no "Diário
Oficial da União", vencerá o leilão a empresa ou o consórcio
que pedir menos financiamento público (o teto é de R$
20,868 bilhões) e oferecer a
menor tarifa, respeitado o teto.
O menor pedido de financiamento tem mais importância
para definir o vencedor, com
peso de 70%. O prazo do financiamento público é de 35 anos,
remunerado com TJLP (Taxa
de Juros de Longo Prazo) mais
juros de 1%.
O leilão será feito na Bovespa, provavelmente em maio
(cronograma do governo), por
meio da entrega de envelopes
fechados com as propostas.
A obra toda está orçada em
R$ 34 bilhões, aproximadamente. A estimativa é esteja
concluída até 2015, a tempo dos
Jogos Olímpicos de 2016.
Estatal
O governo criará uma estatal
que irá fazer parte, junto com
os grupos privados vencedores
do leilão, da empresa que irá
explorar o serviço.
De acordo com a modelagem
aprovada, essa empresa poderá
colocar até R$ 3,4 bilhões no
negócio, entre recursos do Tesouro e ativos decorrentes do
processo de desapropriação.
A estatal terá uma "golden
share", ação especial que dará
direito ao governo de vetar
qualquer mudança na empresa
que envolva alteração da denominação social.
O governo também poderá
vetar mudança da sede social,
mudança no objeto do negócio,
liquidação, dissolução, transformação, cisão, fusão ou sua
incorporação por outra sociedade, bem como pedido de autofalência e início de recuperação judicial ou extrajudicial.
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