São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 2006

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Freada reduz aumento do consumo de combustível

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e a frustração da safra agrícola por causa da seca no Sul fizeram com que o consumo de combustíveis no país subisse menos em 2005 do que a expectativa da Petrobras.
Segundo o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, a demanda por derivados deve ter crescido cerca de 2% com base na projeção feita com as informações disponíveis até novembro. A estimativa inicial da companhia era de expansão de 2,6% a 2,8%. Os dados fechados de 2005 serão divulgados no dia 15 deste mês.
"O PIB de ficou abaixo do que se previa. E claro que isso afetou. Teve também a quebra de safra na região Sul, o que frustou as expectativas de consumo de diesel", afirmou o executivo.
Houve, de acordo com ele, um crescimento na demanda de diesel e gasolina menor do que a projeção inicial da companhia, justamente por causa desses dois fatores. Todo o incremento no consumo ocorre por causa dos dois derivados, já que a demanda por GLP (gás de cozinha), nafta (matéria-prima petroquímica) e querosene de aviação são sempre equilibradas. Já o óleo combustível, que está sendo substituído pelo gás natural nas indústrias, puxa o número para baixo.
Apesar consumo não atingir a marca estimada, a Petrobras bateu o recorde no refino de petróleo em 2005, atingindo utilização de capacidade de suas unidades de 94,6% -1 ponto percentual a mais do que a marca de 2004.
A estatal processou, em média, 1,758 milhão de barris por dia -30 mil barris por dia a mais do que em 2004. Cresceu também a participação do óleo produzido no processo de refino -de 1,292 milhão de barris por dia para 1,376 milhão de barris por dia-, o que leva a companhia a gastar menos com importações.

Álcool
Para Costa, a pressão sobre os preços do álcool é sazonal e terá fim no começo da safra de cana-de-açúcar, em abril. Ele afirmou que as eventuais medidas do governo para conter a elevação dos preços (como reduzir a mistura na gasolina) não vão atrapalhar os planos da Petrobras de incrementar as exportações do produto.
Para 2006, a meta é exportar 250 milhões de metros cúbicos, especialmente para a Venezuela e para a Nigéria -ao todo, em 2004, o país exportou 2,5 bilhões de litros. Em 2005, a Petrobras vendeu ao exterior 50 milhões de litros.
Costa disse que não haverá risco de desabastecimento, ressaltando que a "prioridade é atender ao mercado interno".


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