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Freada reduz aumento do
consumo de combustível
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O fraco crescimento do PIB
(Produto Interno Bruto) e a frustração da safra agrícola por causa
da seca no Sul fizeram com que o
consumo de combustíveis no país
subisse menos em 2005 do que a
expectativa da Petrobras.
Segundo o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto
Costa, a demanda por derivados
deve ter crescido cerca de 2% com
base na projeção feita com as informações disponíveis até novembro. A estimativa inicial da
companhia era de expansão de
2,6% a 2,8%. Os dados fechados
de 2005 serão divulgados no dia
15 deste mês.
"O PIB de ficou abaixo do que se
previa. E claro que isso afetou. Teve também a quebra de safra na
região Sul, o que frustou as expectativas de consumo de diesel",
afirmou o executivo.
Houve, de acordo com ele, um
crescimento na demanda de diesel e gasolina menor do que a projeção inicial da companhia, justamente por causa desses dois fatores. Todo o incremento no consumo ocorre por causa dos dois derivados, já que a demanda por
GLP (gás de cozinha), nafta (matéria-prima petroquímica) e querosene de aviação são sempre
equilibradas. Já o óleo combustível, que está sendo substituído pelo gás natural nas indústrias, puxa
o número para baixo.
Apesar consumo não atingir a
marca estimada, a Petrobras bateu o recorde no refino de petróleo em 2005, atingindo utilização
de capacidade de suas unidades
de 94,6% -1 ponto percentual a
mais do que a marca de 2004.
A estatal processou, em média,
1,758 milhão de barris por dia
-30 mil barris por dia a mais do
que em 2004. Cresceu também a
participação do óleo produzido
no processo de refino -de 1,292
milhão de barris por dia para
1,376 milhão de barris por dia-,
o que leva a companhia a gastar
menos com importações.
Álcool
Para Costa, a pressão sobre os
preços do álcool é sazonal e terá
fim no começo da safra de cana-de-açúcar, em abril. Ele afirmou
que as eventuais medidas do governo para conter a elevação dos
preços (como reduzir a mistura
na gasolina) não vão atrapalhar os
planos da Petrobras de incrementar as exportações do produto.
Para 2006, a meta é exportar 250
milhões de metros cúbicos, especialmente para a Venezuela e para
a Nigéria -ao todo, em 2004, o
país exportou 2,5 bilhões de litros.
Em 2005, a Petrobras vendeu ao
exterior 50 milhões de litros.
Costa disse que não haverá risco
de desabastecimento, ressaltando
que a "prioridade é atender ao
mercado interno".
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