São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 2006

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Bancos esperam juro 0,5 ponto menor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Analistas de mercado consultados pelo Banco Central na sexta-feira passada apostam que os juros vão ser reduzidos em 0,5 ponto percentual na semana que vem, quando acontece a primeira reunião do ano do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). Hoje, a taxa Selic está em 18% ao ano.
Trata-se de uma projeção média colhida pela autoridade monetária como parte de uma pesquisa semanal feita com cem analistas. Será o primeiro encontro do Copom a seguir um novo calendário: a partir deste mês, as reuniões serão realizadas a cada seis semanas, e não mensalmente, como acontecia até o ano passado. Sendo assim, um corte de 0,5 ponto percentual, se confirmado, representará uma freio nas reduções que têm sido promovidas desde setembro.
Isso porque, anteriormente, uma redução de 0,5 ponto costumava vigorar, em média, por quatro semanas. Agora, as decisões do Copom irão valer por mais tempo. Logo, se os juros não forem reduzidos em mais que 0,5 ponto percentual, outra queda só ocorrerá em março, quando está marcada a próxima reunião.
Desde setembro, a taxa Selic foi reduzida em todas as reuniões do Copom. Entre outubro e dezembro, cada corte foi de 0,5 ponto.
Para atenuar o efeito da mudança no calendário sobre a condução da política monetária, poderá ser adotado o chamado viés de baixa. Por esse instrumento, o presidente do Banco Central fica autorizado a reduzir os juros antes mesmo da próxima reunião do Copom.
O viés não é adotado pelo Copom desde março de 2003, pouco mais de dois meses depois da posse de Henrique Meirelles na presidência do BC.
Segundo os analistas consultados pelo BC, os juros devem encerrar 2006 em 15% ao ano. Desde que foi implantado no país o sistema de metas para a inflação, em 1999, a taxa Selic nunca ficou abaixo de 15,25% ao ano.
Nesse cenário, a economia teria um crescimento de 3,5% neste ano, um pouco acima dos 2,4% estimados para 2005 -os números finais ainda não foram fechados-, mas ainda abaixo dos 4,9% registrados em 2004.

Inflação
A inflação, por sua vez, deve ficar em 4,5% em 2006, exatamente em cima da meta fixada pelo governo. No ano passado, segundo estimativa dos analistas, a alta do IPCA foi de 5,68%, um pouco acima da meta de 5,1% fixada pelo BC, mas ainda dentro da margem de erro prevista.
Já a cotação do dólar, em queda nos últimos dias, deve subir para R$ 2,40 até dezembro, também de acordo com a projeção feita por analistas de mercado.


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