São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

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Safra de grãos se recupera e cresce 3,6% em 2006

Com clima mais favorável, país produz 116,6 milhões de toneladas, diz IBGE

No ano anterior, produção havia caído 5,6%; para 2007, previsão é que safra atinja recorde, estimulada por elevação de preços


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Com um clima mais favorável e sem as fortes estiagens de 2005, a safra brasileira de grãos cresceu 3,6% em 2006 e alcançou 116,6 milhões de toneladas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2005, a produção havia sido de 112,6 milhões de toneladas -queda de 5,6%.
Para 2007, o prognóstico do IBGE aponta uma safra de grãos de 123,9 milhões de toneladas -alta de 6,3%. Caso se confirme a previsão, será a maior colheita da história. A melhor safra foi a de 2003, com 123,6 milhões de toneladas. O estímulo à lavoura, diz o IBGE, virá do cenário de preços internacionais das principais commodities agrícolas em alta.
Os dados fechados de 2006 representam ainda uma grande frustração se comparados com as projeções iniciais do IBGE para a safra passada. A estimativa apontava para uma produção de grãos de 129,8 milhões de toneladas -11,3% a mais do que foi verificado.
"As previsões são feitas com base na área plantada informada pelos agricultores. Depois de implantada a safra, são o clima e as condições fitossanitárias, ou seja, as pragas, que vão definir a colheita", disse Neuton Alves de Lima, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.
Em 2006, a reação da lavoura de grãos foi puxada pelo milho de primeira e segunda safras, cuja produções subiram 15,7% e 38,7%, respectivamente. Trata-se de um reflexo especialmente do clima mais propício à lavoura e da reação dos preços ao final do ano.
Já a lavoura de soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, cresceu apenas 2,1%, diante de um cenário de preços internacionais deprimidos ao longo da maior parte do ano passado. A soja representou 44,6% da produção de grãos do país.
A cultura do trigo, por sua vez, registrou uma perda de 49,1%, prejudicada pelo estímulo à importação do produto argentino, que ficou mais barato por causa do câmbio.
Pelos dados do IBGE, a região Sul foi a maior produtora de grãos do Brasil em 2006, com uma participação de 41,4%. Em segundo lugar, ficou o Centro-Oeste (34%).


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