São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

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Demanda por vôos sobe 12% em 2007

Em ano de crescimento, procura poderia ter sido de até 15%, mas foi limitada pelo caos nos aeroportos

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2007, ano de forte crescimento econômico mas também de caos nos aeroportos, a demanda de passageiros por vôos domésticos cresceu 11,9%. Menos que o registrado em 2006, quando a alta foi de 12,3% em relação a 2005.
Para consultores, o aumento da demanda poderia ter alcançado os 15% se não fosse a crise na aviação brasileira. A taxa de ocupação (ou seja, o percentual de assentos ocupados nos vôos) foi de 69%, dois pontos percentuais a menos do que em 2006, de acordo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
"Além do caos aéreo em 2007, em 2006 as taxas de ocupação das companhias foram bastante elevadas em julho, agosto e setembro devido à paralisação de várias operações da Varig", diz o consultor especializado Paulo Bittencourt Sampaio. Ou seja, a demanda "migrou" para outras empresas, elevando a ocupação.
Apesar da crise ao longo do ano, houve uma recuperação da demanda nos últimos meses: em dezembro houve aumento de 17,6% em relação a 2006.
Em 2007, a TAM teve uma participação média de mercado nos vôos domésticos de 48,8%. Em 2006, havia sido de 47,8%. A Gol aumentou, na mesma comparação, de 33,9% para 39,5%. "A Gol cresceu no primeiro semestre do ano passado em cima da crise da Varig e no segundo semestre a partir do próprio crescimento da demanda", disse Sampaio.
A OceanAir, que em 2006 tinha 1,46% dos vôos domésticos, passou para 2,4% na média de 2007. Em dezembro, a companhia, que fechou contrato para transportar os passageiros da BRA (que parou de operar em novembro), cresceu mais: ficou com 3,7% do mercado.
Já a Varig, que fechou o ano retrasado com 10% do mercado e que no ano passado foi vendida para a Gol, encerrou o ano com 3,4% de participação.
Segundo Sampaio, a Varig deve crescer neste ano. "Ela abriu 2008 com 10 Boeings-767, sete 737/800 e um 737/ 700. A dimensão da companhia vai começar a mudar agora. Ela deve crescer bastante e regularizar os seus vôos para a Europa, que vinha operando em condições bem precárias."
A saída da Varig foi sentida principalmente nos vôos internacionais. A demanda caiu 5,1% em 2007, com as estrangeiras ganhando espaço.
A TAM foi a principal beneficiada entre as brasileiras: em 2007, teve 67,4% de participação na média, e em dezembro teve 69,9% do mercado. A Gol aumentou de 7,3% para 14,2%.
Já a Varig, que vem retomando freqüências para a Europa, ficou com 13% dos vôos internacionais. Para Sampaio, Varig e TAM terão maior oferta de vôos para a Europa em 2008 e, a partir do segundo semestre, deve haver uma batalha entre elas pelas linhas para os EUA, competindo com as companhias aéreas americanas. Ele acredita que as tarifas internacionais vão cair em 2008.


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