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Por R$ 5,3 bi, Oi conclui a compra da Brasil Telecom
Empresa diz que quer expandir atuação ao exterior
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de quase um ano e
meio de negociações, a Oi assumiu ontem as operações da
Brasil Telecom. A compra do
controle da empresa foi concluída na noite de quinta-feira,
por R$ 5,3 bilhões. A Oi passa a
ter 53 milhões de clientes, receita de R$ 40 bilhões, 54% do
mercado de telefonia fixa e 19%
da telefonia móvel.
O presidente da Oi, Luiz
Eduardo Falco, calcula que o
processo de integração das empresas deverá levar 18 meses e
resultará em redução de custos
da ordem de R$ 1 bilhão. "Esse
ganho será repassado ao consumidor nos reajuste tarifários a
partir deste ano", afirma.
"A redução de custos chegará
a 4% em 2012", calcula a analista de telecomunicações Beatriz
Batelli, da Brascan Corretora. A
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) determinou que a empresa não faça demissões até abril de 2010. A Oi
passa a ter 66 mil funcionários.
Nos próximos 30 dias, a empresa apresentará à CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
a proposta para a compra das
ações da Brasil Telecom nas
mãos dos minoritários. O preço
mínimo será de 80% do valor
pago aos antigos controladores
(R$ 77,04).
Em seguida, a Oi reorganizará sua estrutura de ações. Hoje
são negociadas seis ações diferentes da operadora e de sua
controladora, a Oi Participações. O objetivo é reduzir a dois
tipos. Ao fim do processo, o valor total da operação chegará a
R$ 12 bilhões.
A Oi pretende disputar mercados no exterior. "Começaremos a expansão pelos vizinhos
e nos países africanos que falam a língua portuguesa", diz
Falco. "Mas, neste momento,
teremos que nos concentrar no
pagamento deste negócio".
A nova empresa planeja chegar a 110 milhões de clientes,
dos quais 30 milhões no exterior, até 2014. São previstos investimentos de R$ 30 bilhões
no período.
A compra da Brasil Telecom
pela Oi teve, desde o início, o
apoio do governo, que defendia
a criação de um grupo nacional
forte no setor. Mas a negociação inicial entre os sócios das
empresas levou mais de seis
meses até a conclusão, em abril.
A empresa tinha uma intrincada estrutura societária, criada
após a aquisição da Tele Centro
Oeste no leilão de privatização
das telecomunicações, em 98.
A estrutura, criada pelo acionista da Brasil Telecom Daniel
Dantas, lhe assegurava o controle da companhia mesmo
tendo menos ações do que Citigroup e fundos de pensão liderados pela Previ. Os acionistas
iniciaram, então, a maior disputa societária do país. Em
2005, Dantas foi removido do
controle da BrT. Em abril, para
permitir o avanço da venda, os
sócios suspenderam as ações
judiciais que impetraram entre
si. Na época, a Oi também sofreu reestruturação para saída
da GP Investimentos, dos fundos de pensão e, novamente, de
Dantas. A operação custou cerca de R$ 2,5 bilhões, com recursos do BNDES. A aquisição da
Brasil Telecom pela Oi foi, então, anunciada.
Foi necessário, porém, esperar a mudança na legislação para concluir o negócio. Em novembro, o governo alterou o
Plano Geral de Outorgas, criado em 1988, para permitir que
um mesmo grupo pudesse operar em duas áreas distintas. Em
dezembro, a Anatel autorizou o
negócio, mas impôs à Oi 26
obrigações em expansão de serviços e investimentos.
O negócio ainda será avaliado
no Cade (Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência). "Não deverá haver restrição porque as empresas praticamente não concorriam",
afirma Batelli.
Os recursos da aquisição
concluída anteontem saíram
do caixa da empresa, segundo
Falco. Permanecem como sócios os grupos Andrade Gutierrez e La Fonte, além do BNDES
e do fundo de pensão dos trabalhadores da Oi.
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