São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2009

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Bolsa cai 1%, mas encerra semana com alta de 3,3%

Siderúrgicas são destaque; dólar recua para R$ 2,272

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo aproveitou a entrada de capital externo que ocorreu neste começo de ano e computou valorização de 3,32% na semana. Ontem, a baixa ficou em 0,97%, mas a Bovespa manteve-se acima dos 40 mil pontos -fechou a 41.582 pontos. No ano, a alta alcança 10,74%.
Para o dólar, a semana foi de depreciação. Mesmo ainda distante dos patamares que registrava há seis meses, o dólar teve importante recuo de 2,61% na semana, e desceu a R$ 2,272. A moeda caiu 0,87% ontem.
O dia não foi animador para o mercado acionário internacional. O índice norte-americano Dow Jones encerrou as operações de ontem com baixa de 1,64%. A Bolsa de Londres perdeu 1,26%.
O resultado do mercado de trabalho norte-americano foi um dos pontos negativos do dia. O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos informou que o país perdeu mais de 2,5 milhões de vagas em 2008 -o pior resultado desde 1945. A taxa de desemprego americana saltou para 7,2% -a mais elevada desde 1993.
"Após iniciar o ano rompendo a barreira dos 40 mil pontos, o mercado acionário local engatou uma semana de alta motivada pela entrada do capital estrangeiro, com destaque para as ações de mineração e de siderurgia. Além disso, estamos observando certo otimismo do mercado em relação à expectativa pela posse de Barack Obama e do seu pacote de estímulo econômico", afirma, em análise, a XP Investimentos.
Entre os papéis que formam o índice Ibovespa, a semana foi equilibrada: houve 35 altas e 31 quedas. Nos setores de siderurgia e de mineração não faltaram destaques de ganhos, que ajudaram a Bolsa a se manter em níveis mais elevados.
A ação ordinária da Companhia Siderúrgica Nacional encerrou a semana com valorização acumulada de 16,89%, seguida por Gerdau PN, que subiu 16,25%, e Vale PNA, que teve ganho de 7,74%.
Esses papéis costumam estar na mira dos investidores estrangeiros, que têm demonstrado maior apetite para os títulos nacionais neste começo de ano. Até o dia 7 deste mês, o balanço das operações dos estrangeiros na Bolsa estava positivo em R$ 1,04 bilhão. Em 2008, a saída de capital externo foi recorde: R$ 24,6 bilhões.
O setor de siderurgia e metalurgia esteve entre os mais punidos de 2008, ao acumular depreciação de 45% -a Bolsa caiu 41,2% no ano passado.
A queda dos papéis da Petrobras no pregão de ontem tirou o fôlego da Bovespa. A ação PN da petrolífera recuou 0,39%, e a ON caiu 0,16%. Na semana, a ação PN da empresa, que é a de maior peso do mercado doméstico, subiu 3,5%.

Câmbio
Com a baixa de ontem, o dólar passou a registar recuo de 2,66% em 2009 -mesmo com o Banco Central menos atuante no mercado nos últimos dias.
Apesar de ainda estarem elevadas, as posições compradas dos investidores estrangeiros na BM&F estão em níveis menos altos que os registrados há pouco tempo. Isso indica que perderam força as apostas na manutenção do dólar em patamares muito elevados. As posições compradas líquidas dos estrangeiros, que iniciaram o ano em US$ 13,17 bilhões, marcavam US$ 11,9 bilhões na última quinta-feira. Quanto mais altas essas posições compradas no mercado futuro, mais fortes as pressões para manter o dólar em níveis mais elevados.
Nas operações de ontem, o dólar bateu em R$ 2,305 na máxima, mas chegou a recuar para R$ 2,262 na mínima.


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