São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2002

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NO BLACK

Fim da paridade e feriados bancários criam rede paralela de câmbio

"Arbolito" vende dólar nas ruas

"Clarin"
"Arbolito", como é conhecido o doleiro, faz transação de câmbio durante o feriado bancário


DE BUENOS AIRES

DO ENVIADO ESPECIAL

Os sucessivos feriados cambiais e o fim da conversibilidade fizeram nascer uma rede paralela de compra e venda de dólares nas ruas de Buenos Aires.
No fim de 2001, quando o sistema de conversibilidade (um dólar é igual a um peso) começou a desmoronar, a figura do doleiro voltou a surgir no país.
Hoje, esse mercado paralelo tem até os pontos de negócios delimitados, que funcionam como casas de câmbio ilegais.
Para se proteger da polícia, dificilmente um doleiro carrega cédulas no bolso. Quem fica nas ruas tem a função de chamar os clientes, que são conduzidos aos locais onde se fazem as compras e vendas de dólares. Esses pontos de negociação funcionam dentro de estabelecimentos comerciais normais.
A Folha percorreu uma série de pontos na Florida, a principal rua comercial de Buenos Aires. Não é difícil encontrar um ""chamador" ou um ""arbolito", os vendedores independentes, não ligados às redes.
O termo "arbolito" é herdado do período em que havia corretores de apostas clandestinas no hipódromo portenho -esses corretores faziam ponto nas árvores (árboles, em espanhol).
O contato com o ""chamador" é simples: ele indaga ao cliente se deseja comprar ou vender dólares, o montante e informa as cotações.
Se houver interesse, o cliente é conduzido ao corretor. A reportagem da Folha trocou US$ 100 à cotação de 2 pesos, em uma loja de roupas. Foi um homem, que se apresentou como gerente da loja, quem atendeu: no lugar dos dólares, entregou duas cédulas de cem pesos. (FV E JAD)


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