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FOLHA INVEST
MERCADO FINANCEIRO
Analistas mantêm o perfil conservador, mas já se preparam para os desdobramentos do conflito
Iminência de guerra move investidores
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Eventos relacionados à possível
guerra ao Iraque dominam a
agenda da semana. Gestores de
fundos avaliam alternativas a carteiras menos defensivas para
quando a incerteza externa diminuir.
O destaque da agenda é a reunião do Conselho de Segurança
da ONU, na sexta-feira, quando o
chefe dos inspetores apresentará
suas conclusões. A passagem do
Hajj, peregrinação islâmica a Meca que acaba na quarta-feira, reforça a expectativa de início da
operação militar.
"A iminência de guerra é que
guia o mercado", diz Fábio Zagatti, analista de investimentos da
corretora do HSBC.
Analistas mantêm o perfil conservador de suas carteiras, mas alguns deles afirmam já se preparar
para quando os desdobramentos
do conflito no Oriente Médio se
tornarem mais claros.
"Está chegando o momento de
ficar menos defensivo, de trocar
papéis de exportadoras por empresas domésticas como de telecomunicações e bancos", diz o estrategista para ações brasileiras
do grupo BBVA, Jeffrey Noble.
Papéis de exportadoras são considerados defensivos em momentos de incertezas porque, por terem receitas em dólar, se beneficiam da desvalorização do real.
"Por enquanto, ainda é cedo para buscar ações mais agressivas.
Não sabemos quando será a hora
certa, talvez no final de fevereiro",
completa o analista canadense.
Segundo ele, investidores do
mercado externo já analisam com
mais atenção os mercados emergentes, considerados mais arriscados, entre eles o do Brasil.
"Estamos mais otimistas de que
a situação no Brasil vai melhorar
com relação à aversão ao risco. O
risco Brasil vai cair. Está em níveis
exagerados", diz Jeffrey.
"Com a expectativa de dólar
médio para o ano de R$ 3,50 e
maior estabilidade do dólar para
o ano, empresas endividadas não
geram despesa pela variação cambial e, com vendas constantes,
tornam-se mais interessantes",
diz Thiago Arnhold, da corretora
Geração Futuro.
Como tem acontecido há semanas, investidores temeram passar
o fim de semana posicionados,
uma vez que Estados Unidos e
ONU podem definir posições relativas a um possível ataque ao
Iraque nos próximos dias.
Na sexta-feira passada, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) caiu 1,75%, acompanhando as
Bolsas americanas. Dow Jones recuou 0,82% e a Nasdaq, das ações
de alta tecnologia, 1,48% e o dólar
caiu 0,19%, para R$ 3,585. O Banco Central rolou 54,2% de dívida
cambial de US$ 2,5 bilhões que
vence no próximo dia 13.
Esta semana, a disputa entre investidores para o vencimento de
opções no dia 17 deve causar movimentação adicional na Bolsa.
inflação
A pouco mais de uma semana
da reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária), analistas
concentram a atenção nos índices
de preços.
A expectativa é de desaceleração
da alta da inflação em fevereiro
em relação a janeiro. A pressão de
produtos agrícolas no primeiro
mês do ano seria transitória.
Hoje sai a primeira prévia do
IGP-M (Índice Geral de Preços do
Mercado). Amanhã, será a vez do
IGP-DI (Índice Geral de Preços
-Disponibilidade Interna). Na
quarta-feira será divulgado o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) para o mesmo período e
na quinta-feira, sai o IPCA (amplo) de janeiro.
Apesar da redução da alta da inflação, os índices não têm caído
na velocidade esperada, o que alimenta temores em relação a nova
elevação dos juros pelo BC, na
reunião marcada para o dia 19.
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