ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O grupo responsável pela intervenção da fábrica da Parmalat de Itaperuna (a 356 km do Rio de Janeiro) pretende pagar as dívidas que a multinacional italiana tem com os produtores de leite do Estado do Rio. A empresa deve cerca de R$ 10 milhões para as cooperativas e produtores independentes de leite.
"A intenção é pagar a dívida aos produtores", disse Dênnis Gonçalves, representante do município de Itaperuna no colegiado e o maior produtor direto da região que fornecia à fábrica.
Desde sexta-feira, o grupo -formado por representantes dos credores, de funcionários, do governo do Estado do Rio e de municípios afetados- está dirigindo a unidade por decisão da 2ª Vara da Comarca de Itaperuna.
Segundo Gonçalves, já venceram R$ 3 milhões em dívidas da Parmalat com os produtores. Um outro pagamento, de R$ 6 milhões a R$ 7 milhões, vence na próxima segunda-feira.
"Vamos retomar a normalidade da produção da fábrica sinalizando que vamos pagar aos fornecedores", afirmou.
A nova direção estuda procurar financiamento do governo para normalizar as atividades da fábrica. Os interventores vão buscar os recursos no Banco do Brasil, no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) ou pelo EGF (Empréstimo do Governo Federal).
A unidade está funcionando com cerca de 40% de sua capacidade. No domingo, processou 140 mil litros de leite vindos de produtores diretos. Antes da crise, o volume diário de processamento era de 400 mil litros.
Os estoques estão muito reduzidos e faltam insumos como folha de flandres, embalagens de papelão e açúcar. Algumas cooperativas da região já deixaram de fornecer leite para a Parmalat. A produção de leite condensado e de doces já parou.
O representante dos funcionários do colegiado, Carlos Odilon Oliveira, disse estar preocupado com o pagamento dos salários. Na próxima sexta-feira, vence um novo pagamento quinzenal.


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