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TANGO EM CRISE
Grupo inclui italianos
Credores argentinos cobram dívida nos EUA
CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES
Um grupo de cerca de cem credores privados argentinos e italianos acionou a Justiça de Nova
York para cobrar da Argentina o
pagamento de US$ 120 milhões
referentes a uma dívida em moratória desde dezembro de 2001.
A iniciativa ocorre dias depois
de um juiz do Estado americano
de Maryland ter aplicado a primeira ação contra bens argentinos no exterior, em resposta a pedidos de credores do país, determinando o congelamento de dois
depósitos e de dois hangares da
Argentina nos Estados Unidos.
A decisão atendeu a demanda
judicial feita pelo fundo de investimentos NML Capital, que cobra
do país cerca de US$ 170 milhões.
Com a apresentação das demandas ontem, já são mais de 200
os credores argentinos que recorreram à Justiça americana para
reaver investimentos. Ao todo, as
causas superam US$ 800 milhões,
entre ações movidas por pessoas
físicas e fundos de investimentos.
O grupo de investidores, segundo informações do jornal "Clarín", é formado por pessoas físicas que compraram bônus do governo muito próximos do valor
nominal e que rejeitam os descontos anunciados pelo governo.
O escritório de advocacia Marc
Dreier, representante legal dos
credores, afirmou que eles estão
"desiludidos com o trato recebido
pelo governo e com a caracterização de que são especuladores".
Segundo o diário "Ambito Financiero", o escritório jurídico
"Leguizamón, Palacios Anchorena y Pitrau" também apresentaria
ontem demandas de credores argentinos, todos pessoas físicas, no
valor de US$ 50 milhões.
A Argentina vem sofrendo uma
série de processos judiciais por
parte de credores privados, contrários à proposta do governo de
pagar apenas 25% do valor nominal da dívida.
Desde o início do mês, embargos contra bens argentinos nos
EUA estão autorizados por conta
de uma decisão, até então suspensa, do juiz nova-iorquino Thomas
Griesa, responsável pelas causas
contra a Argentina.
O juiz condenou o país a pagar
US$ 700 milhões ao fundo EM Limited como compensação por
perdas causadas pelo "default".
Outros três fundos também já tiveram decisões favoráveis de
Griesa.
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