São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2004

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TANGO EM CRISE

Grupo inclui italianos

Credores argentinos cobram dívida nos EUA

CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES

Um grupo de cerca de cem credores privados argentinos e italianos acionou a Justiça de Nova York para cobrar da Argentina o pagamento de US$ 120 milhões referentes a uma dívida em moratória desde dezembro de 2001.
A iniciativa ocorre dias depois de um juiz do Estado americano de Maryland ter aplicado a primeira ação contra bens argentinos no exterior, em resposta a pedidos de credores do país, determinando o congelamento de dois depósitos e de dois hangares da Argentina nos Estados Unidos.
A decisão atendeu a demanda judicial feita pelo fundo de investimentos NML Capital, que cobra do país cerca de US$ 170 milhões.
Com a apresentação das demandas ontem, já são mais de 200 os credores argentinos que recorreram à Justiça americana para reaver investimentos. Ao todo, as causas superam US$ 800 milhões, entre ações movidas por pessoas físicas e fundos de investimentos.
O grupo de investidores, segundo informações do jornal "Clarín", é formado por pessoas físicas que compraram bônus do governo muito próximos do valor nominal e que rejeitam os descontos anunciados pelo governo.
O escritório de advocacia Marc Dreier, representante legal dos credores, afirmou que eles estão "desiludidos com o trato recebido pelo governo e com a caracterização de que são especuladores".
Segundo o diário "Ambito Financiero", o escritório jurídico "Leguizamón, Palacios Anchorena y Pitrau" também apresentaria ontem demandas de credores argentinos, todos pessoas físicas, no valor de US$ 50 milhões.
A Argentina vem sofrendo uma série de processos judiciais por parte de credores privados, contrários à proposta do governo de pagar apenas 25% do valor nominal da dívida.
Desde o início do mês, embargos contra bens argentinos nos EUA estão autorizados por conta de uma decisão, até então suspensa, do juiz nova-iorquino Thomas Griesa, responsável pelas causas contra a Argentina.
O juiz condenou o país a pagar US$ 700 milhões ao fundo EM Limited como compensação por perdas causadas pelo "default". Outros três fundos também já tiveram decisões favoráveis de Griesa.


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