São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Resgate de dívida do governo programado para amanhã deve pressionar cotação da moeda hoje

Dólar recua 0,27% após 3 altas seguidas

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de três altas seguidas, o dólar registrou pequena queda ontem. Influenciada pela entrada de recursos e pela ausência de más notícias, a moeda americana recuou 0,27%, cotada a R$ 2,926. Ainda pela manhã, segundo operadores, ordens de compras de dois bancos fizeram-na subir até 0,37% (a R$ 2,945), mas o fluxo de recursos assegurou a baixa.
O movimento não deve perdurar. Como amanhã vence uma dívida de US$ 1,135 bilhão, a qual o Banco Central anunciou que será resgatada, aos investidores interessa pressionarem por nova alta da cotação da moeda para ganharem mais na formação da Ptax (média das cotações do dólar a ser usada para o pagamento da dívida). A tendência, para operadores, é a de que a moeda volte a ceder concluída a operação do BC.
A Bovespa flertou com o piso de 22 mil pontos (bateu em 22.493 pontos, alta de 2,35%), mas não se sustentou e encerrou a jornada de ontem praticamente estável. O Ibovespa, índice das ações mais negociadas da Bolsa paulista, fechou com variação negativa de 0,03%, com 21.961 pontos e volume negociado de R$ 1,246 bilhão -contra a média de R$ 1,3 bilhão em janeiro. "A tendência é a Bolsa "andar de lado" [não ter grandes variações] pelo menos até o Carnaval, a não ser que tenhamos um fato novo", diz Alan Gandelman, sócio da corretora Ágora Sênior.
Sem "fatos novos", o risco-país recuou 28 pontos, para 515 pontos. Os C-Bonds, títulos mais negociados da dívida, fecharam em alta de 1,23%, negociados a 97,5% de seu valor de face.
Um elementos que vão nortear os humores dos investidores são os índices de inflação. Divulgado ontem, o IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas, registrou alta de 0,8% em janeiro contra o 0,6% de dezembro. Mas no mercado havia analistas que estimavam que ficaria em 1%. Hoje será conhecida uma prévia do IGP-M e, amanhã, o resultado da primeira quadrissemana do IPC da Fipe. No relatório de mercado divulgado pelo BC, as estimativas para a Selic (a taxa básica de juros) subiram de 16,33% para 16,5%. Significa que a maioria das instituições aposta na manutenção dos juros na próxima reunião do Copom.
"Ninguém acredita que o BC cortará os juros. Se fizer isso, estará sendo incoerente com o que escreveu na última ata do Copom",diz Gustavo Alcântara, do banco Prosper. (JOSÉ ALAN DIAS)


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