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MERCADO FINANCEIRO
Resgate de dívida do governo programado para amanhã deve pressionar cotação da moeda hoje
Dólar recua 0,27% após 3 altas seguidas
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de três altas seguidas, o
dólar registrou pequena queda
ontem. Influenciada pela entrada
de recursos e pela ausência de
más notícias, a moeda americana
recuou 0,27%, cotada a R$ 2,926.
Ainda pela manhã, segundo operadores, ordens de compras de
dois bancos fizeram-na subir até
0,37% (a R$ 2,945), mas o fluxo de
recursos assegurou a baixa.
O movimento não deve perdurar. Como amanhã vence uma dívida de US$ 1,135 bilhão, a qual o
Banco Central anunciou que será
resgatada, aos investidores interessa pressionarem por nova alta
da cotação da moeda para ganharem mais na formação da Ptax
(média das cotações do dólar a ser
usada para o pagamento da dívida). A tendência, para operadores, é a de que a moeda volte a ceder concluída a operação do BC.
A Bovespa flertou com o piso de
22 mil pontos (bateu em 22.493
pontos, alta de 2,35%), mas não se
sustentou e encerrou a jornada de
ontem praticamente estável. O
Ibovespa, índice das ações mais
negociadas da Bolsa paulista, fechou com variação negativa de
0,03%, com 21.961 pontos e volume negociado de R$ 1,246 bilhão
-contra a média de R$ 1,3 bilhão
em janeiro. "A tendência é a Bolsa
"andar de lado" [não ter grandes
variações] pelo menos até o Carnaval, a não ser que tenhamos um
fato novo", diz Alan Gandelman,
sócio da corretora Ágora Sênior.
Sem "fatos novos", o risco-país
recuou 28 pontos, para 515 pontos. Os C-Bonds, títulos mais negociados da dívida, fecharam em
alta de 1,23%, negociados a 97,5%
de seu valor de face.
Um elementos que vão nortear
os humores dos investidores são
os índices de inflação. Divulgado
ontem, o IGP-DI, da Fundação
Getúlio Vargas, registrou alta de
0,8% em janeiro contra o 0,6% de
dezembro. Mas no mercado havia
analistas que estimavam que ficaria em 1%. Hoje será conhecida
uma prévia do IGP-M e, amanhã,
o resultado da primeira quadrissemana do IPC da Fipe. No relatório de mercado divulgado pelo
BC, as estimativas para a Selic (a
taxa básica de juros) subiram de
16,33% para 16,5%. Significa que a
maioria das instituições aposta na
manutenção dos juros na próxima reunião do Copom.
"Ninguém acredita que o BC
cortará os juros. Se fizer isso, estará sendo incoerente com o que escreveu na última ata do Copom",diz Gustavo Alcântara, do
banco Prosper.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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