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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Chávez provoca saia justa em jantar com empresários em SP
O subsecretário de Estado
dos EUA Nicholas Burns viveu
uma saia justa durante jantar
ocorrido nesta semana, em São
Paulo, com mais de 30 grandes
empresários. O motivo foi o
medo não assumido pelos EUA
da influência de Hugo Chávez
no continente americano.
Durante sua exposição no
jantar, Burns procurou minimizar a preocupação com Chávez. Ele disse que sua visita ao
Brasil tinha o objetivo de construir uma agenda positiva, em
especial na área do biodiesel.
Sobre Chávez, Burns disse
que os EUA não atribuem ao
presidente venezuelano tanta
importância para o continente.
Em Brasília, depois de encontro com Celso Amorim (Relações Exteriores), Burns falou a
mesma coisa.
O empresário Roberto Klabin, presidente da Fundação
SOS Mata Atlântica e membro
do conselho de administração
da Klabin, não se conteve e foi
direto ao ponto. Ele disse que
os Estados Unidos estavam de
volta ao continente, depois de
tanto tempo, em razão do medo
da influência de Chávez.
"Na minha opinião, os EUA
estão de volta à nossa região
principalmente em razão das
ações que aquele senhor vem
promovendo na América Latina", afirmou. "Eu acho que os
EUA não devem mesmo subestimá-lo, vide o que ele vem conseguindo por aqui."
Klabin manifestou também
preocupação com a corrida armamentista que Chávez promove na região. Segundo ele, o
presidente venezuelano, se não
é uma ameaça para os EUA,
certamente é para os países vizinhos. "Chávez é um perigo."
Burns não se manifestou. Ele
deu a entender novamente que
o governo americano não estava tão preocupado com Chávez,
apesar de estarem programadas para os próximos dias as visitas ao Brasil de Condoleezza
Rice, secretária de Estado dos
EUA, e do presidente Bush.
Os empresários presentes no
jantar com Burns saíram com a
nítida impressão de que os
EUA estão bastante preocupados com a influência de Chávez
na região. Para eles, o Brasil deveria aproveitar esse momento
para conseguir algumas vantagens comerciais, como a exportação de etanol, que é taxado
nos EUA.
Estavam presentes no jantar,
na casa de Milú Villela, pesos
pesados como Roberto Setubal
(Itaú), Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau), David e Daniel
Feffer (Suzano), Josué Gomes
da Silva (Coteminas), Eugênio
Staub (Gradiente), Alexandre
Silva (GE) e o ex-ministro Celso Lafer.
EXTRA-AGENDA
Horacio Lafer Piva, ex-Fiesp, foi visto no começo da
noite de quinta entrando no
Palácio do Planalto para
uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
CARA OU COROA
Circulam no mercado
duas versões sobre os próximos passos de Benjamin
Steinbruch na CSN, depois
de ter perdido a corrida pela
Corus. A primeira versão é
que ele já estaria à caça de
uma nova siderúrgica. Na
mira de Steinbruch, a italiana Riva e a americana US
Steel. A outra diz que, caso
não obtenha êxito nesses
negócios, ele poderia vender
a CSN.
SEGURO
Os bancos Cacique, por
meio do escritório Levy Salomão, e BMG, via Sergio
Bermudes, acionaram a Mitsui na Justiça, que se recusou a pagar sinistro pelo seguro de vida feito para os
aposentados e pensionistas
do INSS que tomaram empréstimo consignado a partir de 2004. À época, a Mitsui cometeu um erro de avaliação, que levou à demissão
do presidente, do vice e do
diretor comercial da seguradora. Agora, enfrentará a lei.
FUGINDO DO FRIO
Guido Mantega (Fazenda)
preferiu ficar em São Paulo a
viajar neste fim de semana
para a gélida cidade de Essen, na Alemanha, onde
ocorre a reunião dos ministros da Fazenda dos países
do G7. Além de evitar o frio,
Mantega achou que não iria
ganhar muita coisa, já que
não iria participar das reuniões oficiais. Consultado, o
presidente Lula também
achou melhor ele ficar no
Brasil, principalmente depois do estresse da semana.
Os ministros da Fazenda da
Índia e da África do Sul fizeram o mesmo. Todos mandaram representantes. Só o
ministro chinês compareceu ao encontro -ele iria
participar também de um
dos encontros oficiais.
TE CUIDA, INFLAÇÃO
Na semana passada, as principais empresas do setor eletrônico
se reuniram para discutir aumento de preços no setor. Eles
acham que a margem está muito baixa. Nos próximos dias, poderá haver aumento nos preços de TV e DVD. Estavam presentes,
entre outras, LG, Phillips e Panasonic.
Estacionamentos investem em expansão em 2007
A rede de estacionamentos Maxipark planeja uma
expansão de 7% para este
ano, com investimento de
cerca de R$ 1,2 milhão em
novos negócios. Atualmente
com 80 estacionamentos, a
rede fechará o ano com 86.
"O mercado de estacionamento é expansionista por
natureza", afirma Paulo
Frascino, o diretor da empresa. Segundo ele, o crescimento caminha junto com o
aquecimento do mercado
imobiliário.
"A indústria da construção civil vai ser a vedete deste ano, e isso estimula a
construção de estacionamentos", diz. Fundada há 19
anos, a empresa está presente em cinco Estados.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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