São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Chávez provoca saia justa em jantar com empresários em SP

O subsecretário de Estado dos EUA Nicholas Burns viveu uma saia justa durante jantar ocorrido nesta semana, em São Paulo, com mais de 30 grandes empresários. O motivo foi o medo não assumido pelos EUA da influência de Hugo Chávez no continente americano.
Durante sua exposição no jantar, Burns procurou minimizar a preocupação com Chávez. Ele disse que sua visita ao Brasil tinha o objetivo de construir uma agenda positiva, em especial na área do biodiesel.
Sobre Chávez, Burns disse que os EUA não atribuem ao presidente venezuelano tanta importância para o continente. Em Brasília, depois de encontro com Celso Amorim (Relações Exteriores), Burns falou a mesma coisa.
O empresário Roberto Klabin, presidente da Fundação SOS Mata Atlântica e membro do conselho de administração da Klabin, não se conteve e foi direto ao ponto. Ele disse que os Estados Unidos estavam de volta ao continente, depois de tanto tempo, em razão do medo da influência de Chávez.
"Na minha opinião, os EUA estão de volta à nossa região principalmente em razão das ações que aquele senhor vem promovendo na América Latina", afirmou. "Eu acho que os EUA não devem mesmo subestimá-lo, vide o que ele vem conseguindo por aqui."
Klabin manifestou também preocupação com a corrida armamentista que Chávez promove na região. Segundo ele, o presidente venezuelano, se não é uma ameaça para os EUA, certamente é para os países vizinhos. "Chávez é um perigo."
Burns não se manifestou. Ele deu a entender novamente que o governo americano não estava tão preocupado com Chávez, apesar de estarem programadas para os próximos dias as visitas ao Brasil de Condoleezza Rice, secretária de Estado dos EUA, e do presidente Bush.
Os empresários presentes no jantar com Burns saíram com a nítida impressão de que os EUA estão bastante preocupados com a influência de Chávez na região. Para eles, o Brasil deveria aproveitar esse momento para conseguir algumas vantagens comerciais, como a exportação de etanol, que é taxado nos EUA.
Estavam presentes no jantar, na casa de Milú Villela, pesos pesados como Roberto Setubal (Itaú), Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau), David e Daniel Feffer (Suzano), Josué Gomes da Silva (Coteminas), Eugênio Staub (Gradiente), Alexandre Silva (GE) e o ex-ministro Celso Lafer.

EXTRA-AGENDA
Horacio Lafer Piva, ex-Fiesp, foi visto no começo da noite de quinta entrando no Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

CARA OU COROA
Circulam no mercado duas versões sobre os próximos passos de Benjamin Steinbruch na CSN, depois de ter perdido a corrida pela Corus. A primeira versão é que ele já estaria à caça de uma nova siderúrgica. Na mira de Steinbruch, a italiana Riva e a americana US Steel. A outra diz que, caso não obtenha êxito nesses negócios, ele poderia vender a CSN.

SEGURO
Os bancos Cacique, por meio do escritório Levy Salomão, e BMG, via Sergio Bermudes, acionaram a Mitsui na Justiça, que se recusou a pagar sinistro pelo seguro de vida feito para os aposentados e pensionistas do INSS que tomaram empréstimo consignado a partir de 2004. À época, a Mitsui cometeu um erro de avaliação, que levou à demissão do presidente, do vice e do diretor comercial da seguradora. Agora, enfrentará a lei.

FUGINDO DO FRIO
Guido Mantega (Fazenda) preferiu ficar em São Paulo a viajar neste fim de semana para a gélida cidade de Essen, na Alemanha, onde ocorre a reunião dos ministros da Fazenda dos países do G7. Além de evitar o frio, Mantega achou que não iria ganhar muita coisa, já que não iria participar das reuniões oficiais. Consultado, o presidente Lula também achou melhor ele ficar no Brasil, principalmente depois do estresse da semana. Os ministros da Fazenda da Índia e da África do Sul fizeram o mesmo. Todos mandaram representantes. Só o ministro chinês compareceu ao encontro -ele iria participar também de um dos encontros oficiais.

TE CUIDA, INFLAÇÃO
Na semana passada, as principais empresas do setor eletrônico se reuniram para discutir aumento de preços no setor. Eles acham que a margem está muito baixa. Nos próximos dias, poderá haver aumento nos preços de TV e DVD. Estavam presentes, entre outras, LG, Phillips e Panasonic.

Estacionamentos investem em expansão em 2007

A rede de estacionamentos Maxipark planeja uma expansão de 7% para este ano, com investimento de cerca de R$ 1,2 milhão em novos negócios. Atualmente com 80 estacionamentos, a rede fechará o ano com 86.
"O mercado de estacionamento é expansionista por natureza", afirma Paulo Frascino, o diretor da empresa. Segundo ele, o crescimento caminha junto com o aquecimento do mercado imobiliário.
"A indústria da construção civil vai ser a vedete deste ano, e isso estimula a construção de estacionamentos", diz. Fundada há 19 anos, a empresa está presente em cinco Estados.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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