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Com prejuízo de R$ 7,8 mi, estatal de navegação no rio São Francisco é extinta
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
Extinta pelo PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento), a Franave (Companhia de
Navegação do São Francisco,
vinculada ao Ministério dos
Transportes) deverá ser liquidada em 180 dias. Com prejuízos de R$ 7,8 milhões e contencioso de R$ 8,6 milhões, a empresa fundada em 1963 era a
única estatal a operar na hidrovia do São Francisco, reduzida
hoje por conta do assoreamento e da falta de manutenção.
A hidrovia tem 1.371 km
-49% da extensão do rio. Vai
de Pirapora (MG) às vizinhas
Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).
Desde 1998, o transporte fluvial
de cargas opera apenas no trecho baiano -598 km de Ibotirama (BA) a Juazeiro.
Estudos do governo federal
apontaram que a navegação é o
meio mais seguro e barato de
transporte da produção agrícola do oeste da Bahia e do noroeste de Minas ao Nordeste.
Obsoleta, a frota da Franave
transportou apenas 57 mil toneladas em 2006 -a hidrovia
Tietê-Paraná (SP, GO, PR, MS e
MG), por exemplo, movimenta
2 milhões de toneladas por ano.
A Franave transportava soja e
caroço de algodão para duas
empresas: Caramuru Alimentos e Icofort Agroindustrial.
A falta de conservação da hidrovia também prejudicava as
operações. Com recursos insuficientes, a Ahsfra (órgão estatal que administra a hidrovia)
não faz trabalho contínuo de
manutenção da profundidade,
largura e sinalização do canal
de navegação -a ultima dragagem, por exemplo, foi em 2002.
A liquidação da Franave foi
determinada em 1992, após fracasso de leilão de privatização.
Depois de anos de tentativas de
privatização e venda de ativos,
grupo criado em 2005 pelo governo federal indicou "persistente fragilidade econômica".
O diretor-presidente da Franave, Lúcio Barreto, disse ter
recebido a decisão com "estranheza" e que com R$ 14 milhões a empresa se tornaria
rentável. Apontou "incoerência" do governo, pelo interesse
na revitalização do rio. A Franave tem 70 funcionários, aos
quais será oferecido PDV (Programa de Demissão Voluntária). Órgão do Ministério da Integração Nacional informou
que a Petrobras manifestou interesse em assumir a operação
hidroviária no rio.
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