ISABEL VERSIANI
da Sucursal de Brasília

O presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Gesner Oliveira, disse ontem que os empresários "apressadinhos" -os que aumentaram seus preços exageradamente em resposta à desvalorização cambial- não encontrarão procura por seus produtos.
"A demanda não está sancionando os reajustes. Quem foi apressadinho e aumentou (os preços) não vai vender", afirmou o presidente do Cade.
Para Oliveira, aos poucos a tranquilidade dos preços deve voltar ao país e não há nenhuma "razão macroeconômica" para a volta da inflação.
Ele disse ainda que variações eventuais de preços "fazem parte do jogo" e que o governo não tem intenção de voltar a controlar os reajustes concedidos pelas empresas.
O ministro da Justiça, Renan Calheiros, também afirmou que o mercado de preços é livre e que o governo só pode interferir nos casos de abuso econômico.
O mais eficiente controle de preços, segundo Oliveira, pode ser feito pelos próprios consumidores, que têm liberdade para comparar os valores das mercadorias e escolher as mais baratas.
A Lei de Defesa da Concorrência (8.884/94) prevê severas punições para os casos de cartelização e abusos de posição dominante de mercado.
Cartelização é quando empresas de um mesmo setor combinam entre si uma política de preços comum. Os abusos só podem ser caracterizados como tal se são cometidos por empresas que tenham domínio de mercado.


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