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São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2003

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RECICLAGEM

Materiais não utilizados nas festas deste ano são reaproveitados em outras datas e viram até material escolar

Sobras do Carnaval ainda geram negócios

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Carnaval 2003 chegou ao fim, encerrando por este ano a temporada de comercialização de plumas, paetês e fantasias próprias para a festa. Certo? Errado.
A sobra do material comprado pelas grandes lojas especializadas para abastecer de escolas de samba a folias mais modestas é estocada e vendida ao longo do ano para setores diversos.
Tecidos, penas, purpurinas e miçangas que não enfeitaram as alegorias e fantasias deste Carnaval ficam à disposição de compradores de confecções de roupas, mães à procura de material escolar e fabricantes de bijuterias.
Segundo a União dos Lojistas da 25 de março e Adjacências (Univinco), de São Paulo, os comerciantes também aproveitam o material para vendas para datas comemorativas como festa junina e Haloween.
"Festas à fantasia são outro mercado importante para comercialização do material que não foi vendido antes do Carnaval", afirmou Kaled Curi Júnior, gerente da Carnival, atacadista localizada no centro da cidade que também vende no varejo.
De acordo com alguns lojistas paulistanos, os estoques de produtos carnavalescos estão menores do que em 2002, já que as vendas no período que antecedeu a festa foram superiores ao mesmo período do ano passado.
"Neste ano o Carnaval foi mais tarde e não coincidiu com a volta às aulas, o que deu às pessoas uma folga para comprarem mais", afirmou Maria Assunção Bezerra, gerente da Festas e Fantasias, loja do centro da cidade.
Já no Rio de Janeiro, onde a semana que antecedeu a festa foi marcada pela violência, as vendas de lojas do ramo foram menores do que no ano passado, de acordo com Ênio Bittencourt, presidente da Sociedade dos Amigos das Adjacências da rua da Alfândega.
"Os estoques estão maiores do que em 2002. Mas esse material vai ser vendido gradativamente ao longo do ano. Muitos lojistas também fazem promoções para desovar esses produtos", disse.

Renda extra
Nada se perde, tudo se transforma é o lema de diversas escolas de samba e administrações municipais que organizam os principais carnavais brasileiros.
Em São Paulo, além da reciclagem, muitas agremiações do grupo especial vendem, alugam ou doam fantasias e alegorias para escolas menores, tanto da capital quanto do interior do Estado.
A renda extra ajuda na preparação do desfile do ano seguinte. Um exemplo é a Rosas de Ouro, que vende, aluga e doa material para escolas do interior, principalmente Serra Negra, Piracicaba e Catanduva.
"As escolas do interior definem o enredo para o próximo ano mais tarde do que as de São Paulo, que, hoje, já têm definido o tema para 2004. Isso permite que elas aluguem ou comprem alegorias e fantasias que usamos no último desfile", afirmou Angelina Basílio, vice-presidente da escola.
A comercialização de adereços, fantasias e alegorias usados também ajuda as escolas cariocas. A Mangueira costuma vender parte do material dos seus desfiles para vários Estados brasileiros. "No ano passado vendemos 60% das alegorias do desfile do Carnaval 2002 para prefeituras do Nordeste", afirmou Ricardo Araújo, assessor de imprensa da escola.


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