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RECICLAGEM
Materiais não utilizados nas festas deste ano são reaproveitados em outras datas e viram até material escolar
Sobras do Carnaval ainda geram negócios
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Carnaval 2003 chegou ao fim,
encerrando por este ano a temporada de comercialização de plumas, paetês e fantasias próprias
para a festa. Certo? Errado.
A sobra do material comprado
pelas grandes lojas especializadas
para abastecer de escolas de samba a folias mais modestas é estocada e vendida ao longo do ano
para setores diversos.
Tecidos, penas, purpurinas e
miçangas que não enfeitaram as
alegorias e fantasias deste Carnaval ficam à disposição de compradores de confecções de roupas,
mães à procura de material escolar e fabricantes de bijuterias.
Segundo a União dos Lojistas da
25 de março e Adjacências (Univinco), de São Paulo, os comerciantes também aproveitam o
material para vendas para datas
comemorativas como festa junina
e Haloween.
"Festas à fantasia são outro
mercado importante para comercialização do material que não foi
vendido antes do Carnaval", afirmou Kaled Curi Júnior, gerente
da Carnival, atacadista localizada
no centro da cidade que também
vende no varejo.
De acordo com alguns lojistas
paulistanos, os estoques de produtos carnavalescos estão menores do que em 2002, já que as vendas no período que antecedeu a
festa foram superiores ao mesmo
período do ano passado.
"Neste ano o Carnaval foi mais
tarde e não coincidiu com a volta
às aulas, o que deu às pessoas uma
folga para comprarem mais", afirmou Maria Assunção Bezerra, gerente da Festas e Fantasias, loja do
centro da cidade.
Já no Rio de Janeiro, onde a semana que antecedeu a festa foi
marcada pela violência, as vendas
de lojas do ramo foram menores
do que no ano passado, de acordo
com Ênio Bittencourt, presidente
da Sociedade dos Amigos das Adjacências da rua da Alfândega.
"Os estoques estão maiores do
que em 2002. Mas esse material
vai ser vendido gradativamente
ao longo do ano. Muitos lojistas
também fazem promoções para
desovar esses produtos", disse.
Renda extra
Nada se perde, tudo se transforma é o lema de diversas escolas de
samba e administrações municipais que organizam os principais
carnavais brasileiros.
Em São Paulo, além da reciclagem, muitas agremiações do grupo especial vendem, alugam ou
doam fantasias e alegorias para
escolas menores, tanto da capital
quanto do interior do Estado.
A renda extra ajuda na preparação do desfile do ano seguinte.
Um exemplo é a Rosas de Ouro,
que vende, aluga e doa material
para escolas do interior, principalmente Serra Negra, Piracicaba
e Catanduva.
"As escolas do interior definem
o enredo para o próximo ano
mais tarde do que as de São Paulo,
que, hoje, já têm definido o tema
para 2004. Isso permite que elas
aluguem ou comprem alegorias e
fantasias que usamos no último
desfile", afirmou Angelina Basílio, vice-presidente da escola.
A comercialização de adereços,
fantasias e alegorias usados também ajuda as escolas cariocas. A
Mangueira costuma vender parte
do material dos seus desfiles para
vários Estados brasileiros. "No
ano passado vendemos 60% das
alegorias do desfile do Carnaval
2002 para prefeituras do Nordeste", afirmou Ricardo Araújo, assessor de imprensa da escola.
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