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MERCADO FINANCEIRO
Alta do dólar perde força após atuação do BC; risco-país sobe e Bolsa recua após relatório do Fed
BC decide vender menos título cambial
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central vendeu ontem
menos títulos de "swap" cambial
que o esperado, decisão que fez
com que o dólar tivesse alta moderada. A moeda americana chegou a subir 1,38%, mas perdeu
força após o leilão feito pelo BC
no início da tarde. O dólar fechou
a R$ 2,705, alta de 0,37%.
Dos 40 mil contratos (cerca de
US$ 1,96 bilhão) do chamado
"swap cambial reverso" que o
mercado esperava que fossem negociados, o BC se dispôs a vender
apenas 30,4 mil (aproximadamente US$ 1,48 bilhão).
Analistas avaliam que os bancos
pediram taxas acima do que o BC
estava interessado em pagar. Por
isso, foi negociado um montante
menor. Foi a primeira vez que o
BC não vendeu todo o lote ofertado desde que começou a leiloar
semanalmente esses contratos, há
pouco mais de um mês.
Com esse "swap cambial reverso", o BC reduz a parcela da dívida pública atrelada ao câmbio e
diminui a força de apreciação do
real. Isso acontece porquê os contratos têm o mesmo efeito de
compras de moeda no mercado
futuro, ou seja, ajudam a enxugar
dólares do mercado.
Relatório divulgado na tarde de
ontem pelo Fed (o BC dos EUA)
gerou especulações de que o sólido crescimento da economia do
país poderia causar aceleração da
inflação e altas mais agressivas
dos juros. Isso trouxe desconforto
ao mercado, impulsionando os
juros dos títulos americanos.
Esse cenário "roubou" recursos
de títulos de emergentes, como o
Brasil. Como conseqüência, o
Global 40 caiu 1,94%, e os C-Bonds perderam 0,49%, movimento que pressionou o risco-país. Às 19h, o risco brasileiro estava a 385 pontos, alta de 2,39%.
A Bovespa, que tem sido sustentada em grande parte pelos investidores estrangeiros, caiu 1,75%.
Para a reunião do Copom da
próxima semana, as apostas de
que a taxa básica subirá de 18,75%
para 19,25% ganharam mais
adeptos. Com isso, as projeções
dos juros subiram um pouco na
BM&F.
Para Istvan Kasznar, economista-chefe do Sindicato das Financeiras do Estado do Rio de Janeiro, a taxa Selic deve subir 0,25
ponto percentual na semana que
vem. "Mas o Copom poderá optar
por uma elevação de 0,50 ponto.
De qualquer modo, a partir de
abril os juros ficarão inalterados
até meados do segundo semestre", diz.
(FABRICIO VIEIRA)
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