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Vítima diz que concessionária sabia de defeito
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Justiça foi feita", comemorou o técnico de informática
Márcio Gomes de Menezes, 41,
ao saber, ontem, do parecer da
Justiça que obrigou a Fiat a fazer o recall do Stilo. Ele diz que
foi um dos 49 motoristas que
alegaram ter sofrido acidentes
por conta de problemas no eixo
traseiro do carro.
No acidente envolvendo o
carro de Menezes, em setembro de 2007, próximo a Sete Lagoas (MG), uma jovem, que estava no veículo, morreu.
Pelo menos outras sete mortes podem estar relacionadas
aos acidentes envolvendo o
modelo, que figura entre os 40
mais vendidos do mercado.
Entre elas a de uma garota de
18 anos, que seguia no carro de
Túlio Tonini de Oliveira, 22. O
acidente ocorreu em fevereiro
de 2009, na rodovia Washington Luís. Ele e mais duas pessoas se feriram gravemente.
"O carro tinha acabado de
sair da revisão. A soltura da roda parecia inexplicável, até um
conhecido nos relatar os outros
casos", conta Ilmeida Helena
Tonini de Oliveira, mãe do rapaz, que chegou a responder
por homicídio culposo (sem intenção de matar).
Segundo a guia de turismo
Carla de Morais Barbosa, 41, de
Brasília, uma pessoa viu a roda
do carro se desprender na BR-242, em Seabra (BA), em linha
reta, em 2008. Pedestres encontraram a roda "a vários metros do local do acidente".
"Lembro-me do meu marido,
tentando controlar o veículo,
gritando: "Segurem-se que vamos capotar!'", narra ela. "Uma
das minhas filhas, de nove anos,
sofreu traumatismo craniano."
A menina já se recuperou.
Já o professor Éden Mark de
Souza, 34, também do DF, conta que, em 2007, perdeu o controle do seu Stilo na BR-251. "O
carro começou a tremer, rodou
e capotou. Como sequela, fiquei
sem parte da audição."
Em março de 2008, quando o
caso foi relatado pela Folha, a
Fiat, que retirou peças do carro
de Souza para análise, informou que a roda caiu por "esforço excessivo no eixo traseiro
direito". Souza nega que estivesse em alta velocidade ou
com o carro carregado.
Contratado por Barbosa e
Souza, o perito João Valentim
Bin emitiu, na época, um laudo
técnico favorável às vítimas,
alegando que, nos dois casos, a
causa do acidente foi o desprendimento de uma das rodas
traseiras. O engenheiro tomou
como base boletins de ocorrência, declarações de envolvidos e
testemunhas, além de inspeção
visual.
Outra vítima, o empresário
Elson da Silva, 42, diz ter ficado
"abismado" quando relatou o
seu acidente para um técnico
da concessionária Fiat. "O mecânico sabia que era um defeito
de fábrica e ainda queria cobrar
R$ 9.970 pelo conserto."
(FELIPE NÓBREGA e ROSANGELA DE MOURA)
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