São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2010

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BC alemão critica proposta de criar fundo de resgate europeu

Plano, apresentado no fim de semana, foi recebido com frieza por França e Suécia

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

O presidente do banco central alemão e membro do Banco Central Europeu, Axel Weber, classificou ontem a ideia de criar um Fundo Monetário Europeu para salvar economias em crise de "contraprodutiva". Weber afirmou que a proposta contraria os princípios da União Europeia de não ter regras de socorro financeiro e que a Grécia precisa implementar sua reforma do Orçamento.
O plano para a criação do fundo foi apresentado no fim de semana pelo ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble. O objetivo seria contar com um órgão capaz de manter o equilíbrio interno da zona do euro. Desde o início, o apoio ao projeto foi frágil.
A ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, disse que se tratava de uma ideia interessante, mas não era prioridade. Já Anders Borg, ministro das Finanças da Suécia, disse apoiar a criação de um órgão para socorrer países, mas que o mais importante era fortalecer as regras para prevenir o mal.
Enquanto os países ainda discutem uma forma de evitar que a região seja afetada por novas crises, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou ontem que é preciso discutir a especulação com os chamados CDS ("Credit Default Swaps"), que funcionam como uma espécie de seguro que protege o comprador de dívida contra a eventual falta de pagamento.
Para Barroso, a prática de comprar esses títulos de forma especulativa, apostando contra a capacidade de pagamento de um país, é "injustificável". Alemanha, França, Luxemburgo e Grécia levarão uma proposta sobre o tema à comissão.
O mercado de CDS representa hoje uma cifra da ordem de US$ 40 trilhões. O tema do combate à especulação financeira fez parte de conversa entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou. "Nós tivemos uma resposta positiva do presidente Obama, o que significa que esse assunto fará parte da agenda do próximo encontro do G20."
Para Papandreou, a especulação financeira ajudou a elevar os custos de empréstimos para a Grécia. A Casa Branca reiterou que os EUA não vão ajudar a socorrer o país.


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