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Febraban quer mais crédito para imóveis
Essa é uma das preocupações do novo presidente da entidade, Fabio Barbosa, que tomou posse ontem
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio a elogios à política
econômica, o presidente do
ABN Amro no Brasil, Fabio
Barbosa, assumiu ontem a presidência da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Ele
substitui Marcio Cypriano,
presidente do Bradesco. É a
primeira vez que a entidade será comandada por um executivo de uma instituição financeira internacional.
A julgar pela cerimônia de
posse, ocorrida na capital paulista, a elevação da oferta de
crédito será uma das principais
preocupações da gestão de Barbosa -em especial, o crédito
imobiliário.
"Deverá crescer quase 50%
entre 2004 e 2007, contra redução de 4% ao ano entre 2001
e 2004. Temos convicção de
que a tendência é de expansão
do crédito. A continuidade da
estabilidade econômica levará
à redução das taxas de juros
real e nominal, dando assim
condições a mais gente e a mais
empresas de buscar créditos
por prazos mais longos e a taxas
mais baixas, impulsionando a
economia."
Em outros países, lembrou o
novo presidente da Febraban, o
crédito imobiliário chega a 70%
do total de empréstimos realizados pelo sistema financeiro.
Nem tudo, porém, são flores
no caso de financiamentos para
a aquisição de imóveis. Durante
entrevista concedida pouco antes da solenidade de posse, Barbosa admitiu que há questões a
serem resolvidas: estímulo fiscal, crédito direcionamento,
garantias, poupança, TR (Taxa
Referencial), securitização etc.
"É preciso fazer com que as
instituições funcionem. Para
isso, precisamos mexer em estruturas arcaicas", resumiu Gabriel Jorge Ferreira, que assumiu ontem a presidência da
CNF (Confederação Nacional
das Instituições Financeiras).
Outro ponto importante a
ser observado é a disputa com
os cartórios, que abocanham
até 10% do custo total de um
imóvel, e com a Caixa Econômica Federal. Dos R$ 14 bilhões
direcionados a empréstimos
para o setor imobiliário, ela respondeu por quase metade do
valor -R$ 6 bilhões foram repasses feitos pela Caixa.
Dados apresentados por Barbosa mostram que a relação entre o PIB (Produto Interno
Bruto) e a oferta de empréstimos pelas instituições privadas
passou de 21% para 30% entre
2002 e 2006. O prazo médio
dos financiamentos, por sua
vez, aumentou de 227 para 300
dias no período.
Conselho
Barbosa informou que pretende criar um conselho consultivo. O grupo deverá funcionar ainda em 2007 e será composto de executivos das finanças e líderes empresariais.
O objetivo, disse o novo presidente da Febraban, é formalizar um canal de comunicação
com o governo para discutir
pendências antigas. Na lista estão compulsório, carga fiscal,
crédito direcionado, custos e
cadastro positivo.
Meirelles
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem que o Brasil segue
em boa trilha para a expansão
econômica. "Estamos no caminho, agora é necessário andar
mais rápido", disse ele, que participou da cerimônia de posse
da nova diretoria da Febraban.
Quanto à taxa de câmbio, que
ontem caiu para R$ 2,025 (a
menor desde 5 de março de
2001), Meirelles manteve posição lacônica. "Nosso objetivo é
assegurar o melhor funcionamento possível do câmbio."
Segundo o presidente do BC,
a diretoria da autoridade monetária apresentou medidas
para aperfeiçoar o sistema de
gestão das reservas internacionais. Ele também considerou
que a comunicação do BC com
o mercado "é muito bem-sucedida", pois sua principal responsabilidade é a "coordenação de expectativas".
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