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IPCA pressiona taxas de juros e indica Selic maior
DA REPORTAGEM LOCAL
O resultado pior que o esperado para o IPCA pressionou as
taxas futuras de juros, um sinal
de que elevaram-se as expectativas em torno de um aumento
da taxa básica brasileira na semana que vem.
A pressão inflacionária fez
com que mais investidores e
analistas passassem a considerar possível uma elevação de
0,50 ponto percentual na taxa
Selic, que está em 11,25%
anuais. Uma outra parcela do
mercado confia em uma alta de
0,25 ponto.
No pregão da BM&F (Bolsa
de Mercadorias & Futuros), a
taxa do contrato de juros que
vence na virada do ano, um dos
mais negociados, subiu de
12,36% na terça-feira para
12,47% ontem. No contrato
com resgate em 20 meses, a taxa foi de 13,16% para 13,27%.
O número de contratos DI
(que mostram as projeções para os juros) negociados na
BM&F saltou 65% ontem e alcançou 1,26 milhão de papéis.
Na avaliação de Pedro Paulo
Silveira, economista da Gradual Corretora, "o cenário indica fortemente que o BC irá agir,
alterando o longo período de
estabilidade da Selic, com uma
alta entre 0,25 e 0,50 ponto".
"E, tendo em vista os atuais
dados sobre inflação e o sistema de metas como um todo, a
tendência mais forte é por uma
alta de 0,50 ponto percentual já
nessa próxima reunião", diz.
O IBGE divulgou que o IPCA
ficou em 0,48% no mês passado, enquanto o mercado contava, na média, com uma alta de
preços em torno de 0,35%.
O Copom (Comitê de Política
Monetária do BC) vai se reunir
nos próximos dias 15 e 16 para
definir como fica a taxa Selic.
Alta nos juros
Após ficarem praticamente
estáveis em março, os juros médios cobrados pelos bancos no
empréstimo pessoal e no cheque especial subiram em abril,
segundo pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP em dez
instituições financeiras: Banco
do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú,
Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco.
Para o cheque, trata-se do
maior nível desde setembro de
2003. A taxa média foi de 8,49%
ao mês, 0,29 ponto percentual
superior à de março. A maior
alta foi verificada no banco Safra, com elevação de 9,29% para
11,79%.
Para o empréstimo pessoal, a
taxa média dos bancos pesquisados foi de 5,53% ao mês, superior à de março, que foi de
5,51% ao mês.
(FABRICIO VIEIRA)
Colaborou a Folha Online
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