São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

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Captação de fundos sobe 24% no 1º tri

Anbid diz que, com renda maior, sobra mais dinheiro para trabalhador investir; DI e renda fixa lideram depósitos

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Os depósitos líquidos de recursos nos fundos de investimento cresceram 24,13%, para R$ 26,11 bilhões, no primeiro trimestre deste ano contra igual período de 2007, de acordo a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento). O patrimônio total dos fundos chegou a R$ 1,16 trilhão.
A notável elevação se deve, segundo a Anbid, principalmente ao avanço da economia: com uma renda mais alta, o trabalhador, depois de consumir, ainda consegue guardar uma parcela maior do seu salário. Além disso, apontam especialistas, esses números mostram que cresce a disposição de poupar do brasileiro -ele, que nunca teve a cultura de juntar dinheiro, agora encontra as condições ideais para isso, com a alta dos seus rendimentos e um cenário de estabilidade da moeda.
Os fundos DI lideraram a captação, com R$ 11,3 bilhões no período, enquanto os de renda fixa tiveram depósitos líquidos de R$ 10,3 bilhões. A indicação, por parte do Banco Central, de que pode voltar a elevar a sua taxa básica de juros fez com que muitos investidores escolhessem tais opções. Para isso, também contribuíram as turbulências no mercado financeiro durante o período. Por causa do aumento da aversão ao risco, R$ 15,8 bilhões saíram dos fundos multimercados.

Fundos de ações
Nesse cenário, a movimentação nos fundos de ações surpreendeu, com uma captação de R$ 1,2 bilhão. "É um primeiro sinal de que o investidor está buscando uma alocação de longo prazo para os seus recursos, aproveitando a queda dos preços dos papéis para aumentar a sua carteira", explicou Marcelo Giufrida, vice-presidente da Anbid.
Giufrida estima que, mantendo o ritmo atual, a indústria dos fundos deve fechar 2008 com depósitos entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões.

Rentabilidade e taxas
A rentabilidade dos fundos DI ficou em 2,59% no primeiro trimestre de 2008 e em 11,14% no período de um ano terminado em março. A dos fundos DI foi de 2,78% e 11,58%, respectivamente.
Enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, teve queda de 4,57% nos três primeiros meses deste ano, os fundos multimercados sem renda variável apresentaram rentabilidade de 2,37%. Os com renda variável tiveram 1,23%. De abril do ano passado a março de 2008, o Ibovespa subiu 33,1%. Os fundos multimercados sem renda variável tiveram alta de 14,35%, e os com renda variável, de 9,85%.
A Anbid divulgou ainda um estudo sobre as taxas de administração praticadas pelos fundos no Brasil. Em média, no varejo (fundos com mais de 2.000 cotistas, investimento mínimo inicial inferior a R$ 20 mil e saldo médio máximo de R$ 105 mil) de renda fixa, ela caiu de 3,01% em 2001 para 2,22% no ano passado. Para os multimercados, ela encosta em 2% e fica perto de 3% no caso dos de ações.


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