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Inflação desanima investidor, e Bolsa cai 1,65%
Dólar, que já recuou 3,65%
neste mês, fecha a R$ 1,689
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São
Paulo operou no vermelho praticamente durante todo o pregão de ontem. O cenário desfavorável nos mercados acionários pelo mundo não deu espaço para a Bovespa ter um dia de
ganhos. No fim do pregão, a Bovespa marcava 63.476 pontos,
em queda de 1,65%.
Além de o mercado internacional não colaborar, o resultado da inflação medida pelo IPCA (0,48% em março) desagradou ao investidor. A pressão inflacionária deve levar o Copom
a subir a Selic -juro maior costuma ser prejudicial à Bolsa,
por tornar as aplicações de renda fixa mais atraentes.
O bom desempenho que a
Bovespa vinha mantendo neste
início de mês -registrava valorização de 5,86% até terça-feira- levou investidores a se desfazerem de ações que haviam
subido nesses últimos pregões.
Agora, a Bolsa paulista tem alta
de 4,12% no mês.
Resultados e notícias ruins
do setor corporativo nos EUA
esfriaram as Bolsas de Valores
no país. O índice Dow Jones,
que reúne as ações norte-americanas mais representativas,
terminou com baixa de 0,39%
ontem. A Bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 1,13%.
Sem dados positivos, os investidores têm reavaliado suas
projeções para os resultados de
muitas companhias americanas de capital aberto e vendido
ações de suas carteiras. Um dos
reflexos desse movimento é a
desvalorização de 5,56% acumulada pela Bolsa de Nova
York em 2008.
E, se os Estados Unidos realmente entrarem em recessão,
como é temido, o cenário só
tende a piorar, pois deve representar queda ainda maior no
consumo, na produção e no lucro das empresas.
O mercado acionário europeu também encerrou as atividades de ontem em baixa: em
Paris, a Bolsa perdeu 0,77%; em
Frankfurt, baixa de 0,75%; e
Londres caiu 0,11%.
O índice Nikkei, da Bolsa de
Tóquio, recuou 1,05%.
Mesmo não tendo conseguido se distanciar do mercado internacional ontem, a Bovespa
aparece entre as Bolsas que
têm menos sofrido no ano. O
índice Ibovespa registra desvalorização de 0,64% em 2008. A
Bolsa de Londres, por exemplo,
tem queda acumulada de 7,18%
no período, e a de Tóquio amarga perdas de 14,34%.
No pregão da Bovespa de ontem, houve quedas expressivas
em papéis de setores diversos.
A ação ON (ordinária) da Cosan foi a do Ibovespa que mais
caiu, ao registrar perdas de
5,95%. Outras ações que tiveram quedas de destaque foram
TIM Participações PN (-4,13%)
e Braskem PNA (-4,08%).
Entre os papéis de companhias brasileiras que encerraram ontem com ganhos, chamaram a atenção Natura ON
(3,82% de alta) e Telemig Participações ON (1,28%).
Dólar para baixo
O fortalecimento do cenário
de elevação da Selic, após a alta
do IPCA, tem favorecido a continuidade da queda do dólar.
O que se viu no mercado de
câmbio ontem foi o dólar registrar seu 7º pregão seguido de
depreciação diante do real. A
moeda americana encerrou o
dia vendida a R$ 1,689, com recuo de 0,41%. No mês, o dólar
tem desvalorização de 3,65%.
Enquanto os juros estão em
queda nos Estados Unidos, por
aqui o movimento que se desenha é inverso. Dessa forma,
apenas aumenta a atratividade
do mercado brasileiro para o
capital externo, ávido por ganhos mais substanciais que os
oferecidos nos grandes centros
financeiros mundiais. E a entrada de dólares no país reforça
a rota de baixa da cotação da
moeda norte-americana.
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