São Paulo, sábado, 10 de abril de 2010

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Site de jornal concentra leitores na internet

Versões digitais de periódicos conceituados atraem a maior fatia do público, diz pesquisa

Segundo estudo do Pew Research Center, de 4.600 sites acompanhados, os 7% principais acumulam 80% do tráfego de visitantes


LUCIANA COELHO
DE GENEBRA

Novo relatório sobre a mídia noticiosa nos EUA lançado pelo Pew Research Center mostra que, embora a circulação dos jornais caia naquele país e a dos sites suba, são as versões on-line de jornais de reputação consolidada e outros veículos noticiosos igualmente enraizados (como TVs e rádio) que atraem a maior fatia de leitores.
"A audiência está migrando on-line quase sempre para veículos tradicionais, embora os anunciantes não a estejam seguindo", diz Tom Rosenstiel, diretor do Projeto para a Excelência no Jornalismo do Pew.
Rosenstiel falou em um debate na semana passada em Washington, reproduzido no site do Pew, sobre o relatório "O Estado da Mídia em 2009" -700 páginas sobre os rumos e as tendências do setor com base em pesquisas de opinião do instituto Nielsen e análises.
Segundo o estudo, dos 4.600 sites noticiosos que o Nielsen acompanha, os 7% principais acumulam 80% do tráfego. São 199 sites com mais de 500 mil visitas por mês, 67% dos quais são considerados veículos tradicionais de mídia -96 deles, ou 48%, são de jornais.
Outros 13% são os chamados agregadores de notícias, como o Google News, cujo estofo é também o conteúdo de jornais e agências de notícias bem estabelecidos -o que, por sinal, é objeto de contestações legais nos EUA, na Europa e na América Latina. Apenas 14% dos sites noticiosos com grande leitorado nasceram na internet.
O Pew conclui ainda que o leitor se atém mais aos veículos tradicionais: uma visita média a um site noticioso dura três minutos e quatro segundos, mas num site como o do jornal "New York Times", por exemplo, o leitor gasta um minuto mais do que em um agregador.
O mesmo ecoa em blogs e sites de relacionamento, em que links de notícias são frequentemente postados. Segundo o estudo, "quase 80% deles são da mídia tradicional dos EUA".
Isso não significa que o cenário esteja róseo para os jornais americanos. No período de 12 meses até setembro de 2009, a circulação de jornais nos EUA encolheu 10,6%. A receita caiu 26% em média -há uma migração de anunciantes, embora a eficácia dos anúncios on-line seja discutível, argumenta o Pew, citando que 35% de seus entrevistados nunca clicaram em um deles.
Mas indica que, passada uma década da consolidação do on-line, não há colapso da indústria, como alguns cenários apocalípticos anteviram. O que há é uma expansão e uma multiplicação do formato e das plataformas em que o conteúdo produzido por um veículo é oferecido e que deve tomar mais fôlego com acessórios de leitura digital como o Kindle e o iPad.
"Os jornais não estão desaparecendo aos baldes", afirma o estudo. "Apenas meia dúzia saiu do negócio ou abandonou a publicação impressa em 2009, a maioria dos quais era o número 2 em sua região."

Leia o relatório (em inglês) http://www.stateofthemedia.org/2010/index.php


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