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Preço do álcool sobe 19% na usina em SP
Cepea afirma que alta é pontual devido às chuvas e que colheita deve voltar ao normal; na capital paulista, litro avança 2,1% na bomba
Interrupção de moagem veio
em momento de baixo
estoque e distribuidoras
pagaram mais pelo produto
em escassez, diz pesquisadora
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
Quando tudo indicava para
queda nos preços do álcool, devido ao início mais forte da colheita, o combustível registrou
uma alta recorde nesta semana
na porta das usinas paulistas.
O álcool hidratado -combustível que vai direto no tanque- passou a custar R$
0,9139, 18,72% mais em relação
aos valores verificados na semana anterior, de acordo com
pesquisa do Cepea (Cento de
Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP). O
anidro (misturado à gasolina)
foi a R$ 0,9353, com evolução
de 5,67%. Os preços não contêm impostos.
Foi uma semana com emoção, diz Mirian Bacchi, pesquisadora do Cepea e responsável
pela divulgação de dois indicadores de preços da entidade:
um semanal e outro diário.
A boa notícia para o consumidor é que o indicador diário,
que vinha com aumentos médios de 5% ao dia nos primeiros
dias desta semana, já apontava
queda na quinta-feira.
Bacchi diz que o aumento foi
pontual e ocorreu devido ao excesso de chuva na lavoura, o
que impediu a colheita.
Nos últimos dias, as condições climáticas melhoraram e a
safra está sendo retomada com
ritmo maior.
Essa interrupção de moagem
veio em momento de baixos estoques, e as distribuidoras foram obrigadas a pagar mais pelo produto em escassez, segundo a pesquisadora. O cenário praticamente repete o de abril de 2009, quando
os preços subiram 15% na semana terminada no dia 17. Na
última semana do mês, no entanto, houve queda de 14%.
A alta da semana não deverá
ser incorporada totalmente pelos postos, diz Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Os preços vinham em queda, e a redução
ocorrida nas usinas nas últimas
semanas ainda não havia sido
repassada para o consumidor.
"O movimento foi de volatilidade de curtíssimo prazo."
A queda no preço do indicador diário do Cepea já mostra
que a oferta está voltando ao
normal, após uma melhora nas
condições climáticas e retorno
da colheita, diz Padua.
O diretor da Unica diz que o
comportamento dos preços
apontado pelo índice diário do
Cepea, a partir de quinta, "mostra novo ajuste de mercado".
A pesquisa da Folha indicou
preço médio de R$ 1,546 por litro na bomba nesta semana na
capital paulista, alta de 2,1%
ante a semana anterior.
Na ponta de baixo, alguns
postos ainda cobram R$ 1,299
por litro, Na de cima, R$ 1,699.
A redução da oferta de álcool
na usina ocorreu quando o
consumidor voltava ao combustível -com os preços elevados no início do ano, a gasolina
havia ficado mais vantajosa.
Na última quinzena de março, o consumo médio diário já
somava 38 milhões de litros
por dia, ante 28 milhões em fevereiro. O volume ainda está
distante dos 50 milhões de litros dos meses de pico de 2009.
ANP
Na média do Brasil, abastecer com álcool ficou 1,83% mais
barato nesta semana, segundo
pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo). O preço
médio ficou em R$ 1,664.
Utilizar combustível voltou a
ser vantajoso no Estado do Rio
de Janeiro.
Além do Rio, optar pelo álcool, em termos de economicidade, é viável em outros oito
Estados -Bahia, Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul,
Paraná, Pernambuco, Rio de
Janeiro, São Paulo e Tocantins.
Colaborou CIRILO JUNIOR, da Sucursal do Rio
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