São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2000


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INDICADORES
IBGE registra crescimento de 8% sobre primeiro trimestre de 99; a recuperação em 12 meses passa para 1,9%
Indústria confirma a tendência de reação

DA SUCURSAL DO RIO

A produção industrial brasileira cresceu 8,0% no primeiro trimestre de 2000, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao último trimestre de 1999, o desempenho da indústria aumentou 1,5%. Os dados foram divulgados ontem, no Rio, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A pesquisa mostra que em março deste ano, em comparação a março do ano passado, o aumento da produção industrial foi de 3,9%. No acumulado dos últimos 12 meses, observa-se também um crescimento: de 1,4%, em fevereiro para 1,9% em março.
Pelo critério de ajuste sazonal -descontando os picos de alta e queda típicos de cada mês-, a pesquisa aponta uma queda de 5,3% na produção industrial de março, em relação a fevereiro.
A queda se explica pelo fato de que o Carnaval, este ano, ocorreu em março e não em fevereiro. Nos últimos 16 anos, o Carnaval somente foi comemorado no mês março em 1987, 1991 e 2000.
Na avaliação do chefe do Departamento de Indústria do IBGE, Sílvio Sales, os números do trimestre revelam um movimento de recuperação da atividade industrial, iniciado nos últimos meses de 1999.
A indústria de transformação -que abrange mais de 90% da indústria geral- registrou crescimento pelo segundo trimestre consecutivo, acumulando um aumento de 5,5% (sobre jul/set de 99). Desde meados de 1997, a indústria não crescia por dois trimestres consecutivos.
"Esses dados reforçam a possibilidade de recuperação da produção industrial ao longo do ano", afirmou Sílvio Sales.
O setor que registrou a maior alta no primeiro trimestre do ano foi o de material de transporte (18,5%), ficando bem acima do crescimento da média da produção industrial (8,0%). Esse desempenho foi apoiado pelos aumentos da produção automotiva (28,%) e do segmento de autopeças (16,2%).
Também apresentaram crescimento acima da média as demais indústrias que integram o complexo metal-mecânico, que são os setores metalúrgico (11,6%), mecânico (12,8%) e de material elétrico e comunicações (11,7%).
A maior queda foi observada no setor de fumo (-22,2%). De acordo com Sílvio Sales, a redução está associada à oscilação da safra.
O Sindifumo (Sindicato das Indústrias do Fumo) confirmou que houve um atraso na comercialização da safra 1999/2000. O motivo foi a estiagem que atingiu, em janeiro, toda a região Sul do país -que responde por 93% da produção nacional de fumo-, acelerando o amadurecimento do produto e obrigando os produtores a antecipar a colheita.
A pesquisa do IBGE destaca ainda a queda, no primeiro trimestre, das indústrias farmacêutica (-7,5%) e de matérias plásticas (-5,5%). O desempenho do setor farmacêutico se deve à queda na fabricação de antibióticos e de analgésicos. No setor de matérias plásticas, o maior impacto negativo está relacionado à produção de canos e tubos de material plástico.
Considerando a categoria de uso dos indicadores, os segmentos com as maiores altas no acumulado do ano foram os de bens de consumo duráveis (21,6%) e de bens de capital (9,4%).
Além do setor automobilístico, o crescimento no segmento de bens de consumo duráveis foi puxado pelo comportamento positivo na produção de eletrodomésticos (24,8%). Na área de bens de capital, mais subsetores cresceram acima da média.


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