DA REPORTAGEM LOCAL

As ações da Telemar foram o destaque de ontem na Bovespa. Elas foram as mais negociadas do pregão e foram as que registraram a maior baixa: 7,27%.
Os papéis da empresa responderam por 12,43% dos R$ 578,935 milhões movimentados na Bolsa paulista.
Uma parte do mercado entende que o grande número de negócios envolvendo os papéis da empresa é um sinal de que eles podem passar a ocupar o espaço deixado pelos recibos das teles.
Até a semana passada, os recibos faziam parte do Ibovespa e eram os papéis mais negociados da Bolsa. Desde que deixaram de fazer parte do índice, vêm perdendo espaço nos negócios.
O mercado aponta três ações que podem se transformar na "estrela" da Bovespa: Petrobras, Globo Cabo e Telemar.
Uma das vantagens da Telemar é operar no setor de telecomunicações, um dos que apresenta maior potencial de crescimento.
Para José Manoel Amorim, analista da corretora Novação, os investidores devem preferir a Telemar a outras companhias telefônicas por ela ser controlada por empresas de capital nacional.
O analista diz que, assim, diminui o risco de acontecer com ela o mesmo que vai acontecer com a Telesp, que terá suas ações substituídas por BDRs (Brazilian Depositary Receipts) da sua controladora, a Telefónica.
Ele afirma ainda que a Telemar leva vantagem sobre a Globo Cabo, tida como uma das "estrelas" da nova economia brasileira, pela lucratividade. "Até agora, a Globo Cabo só deu prejuízo."
O pregão de ontem da Bovespa foi bastante influenciado pelas quedas registradas pela Nasdaq, a Bolsa eletrônica dos Estados Unidos, que ontem fechou com baixa de 2,30%. Empurrado pela instabilidade observada nos EUA, o Ibovespa caiu 2,07%.
Ao contrário do que ocorreu nos últimos dias, o mercado de câmbio não foi muito afetado pelos mercados norte-americanos.
O dólar comercial registrou uma pequena alta de 0,22%, fechando em R$ 1,813 para venda.
O que segurou a cotação foi a expectativa de grandes entradas de dólares no país nesta semana, como, por exemplo, US$ 295 milhões vindos do leilão de concessão de exploração de gás em São Paulo. (NEY HAYASHI DA CRUZ)


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