São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2000


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NEGÓCIO
Presidente da empresa diz que quer ampliar distribuição de combustíveis
Petrobras pode comprar a Ipiranga

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, disse em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura de São Paulo, que a empresa pretende ampliar sua participação no mercado de distribuição de combustíveis para automóveis. A Petrobrás já lidera esse mercado com, segundo Reichstul, 25% de participação.
Embora Reichstul tenha negado, o principal alvo da estatal para ampliar sua participação no mercado é a compra da rede de distribuição da Ipiranga, empresa brasileira que acaba de contratar os serviços do banco Chase Manhattan, oficialmente, para fazer uma reestruturação dos seus ativos.
É considerado certo no mercado que essa reestruturação vai significar a venda de parte do grupo e a redistribuição do controle do que ficar entre parte das cinco famílias que hoje controlam o grupo e que já não se entendem como antes. É esperada uma decisão sobre a Ipiranga até o final do mês.
A Petrobras contratou um grande banco, o alemão Dresdner, oficialmente, para "prestar serviços financeiros".
Na realidade, o Dresdner está estudando a Ipiranga para definir a possibilidade de sua compra pela estatal.
A Ipiranga é a segunda maior empresa do mercado de combustíveis automotivos do Brasil, com cerca de 19% do total. Se vier a comprá-la sozinha, a Petrobras pode ter problemas com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por excesso de concentração no setor.
A expectativa do mercado é que a estatal se associe a um grupo internacional na compra da Ipiranga. Esse grupo pode ser a italiana Agip, que está em expansão no mercado brasileiro, ou a espanhola Repsol, que já controla a argentina YPF.

Repsol
Interessada em ampliar sua pequena presença no mercado argentino de combustíveis, a Petrobras está negociando com a Repsol uma troca envolvendo parte da refinaria Alberto Pasqualini, localizada no município gaúcho de Canoas (região metropolitana de Porto Alegre).
Reichstul disse que a troca com a Repsol não implicará perda pela Petrobras do controle acionário da usina de Canoas.
Em relação à compra da Ipiranga, o presidente da Petrobras negou que haja negociação, assim como já havia feito o ministro das Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, e disse que nem sequer tem informação sobre se a empresa está à venda.


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