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NEGÓCIO
Presidente da empresa diz que quer ampliar distribuição de combustíveis
Petrobras pode comprar a Ipiranga
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, disse em
entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura de São Paulo,
que a empresa pretende ampliar
sua participação no mercado de
distribuição de combustíveis para
automóveis. A Petrobrás já lidera
esse mercado com, segundo
Reichstul, 25% de participação.
Embora Reichstul tenha negado, o principal alvo da estatal para
ampliar sua participação no mercado é a compra da rede de distribuição da Ipiranga, empresa brasileira que acaba de contratar os
serviços do banco Chase Manhattan, oficialmente, para fazer uma
reestruturação dos seus ativos.
É considerado certo no mercado que essa reestruturação vai significar a venda de parte do grupo
e a redistribuição do controle do
que ficar entre parte das cinco famílias que hoje controlam o grupo e que já não se entendem como
antes. É esperada uma decisão sobre a Ipiranga até o final do mês.
A Petrobras contratou um grande banco, o alemão Dresdner, oficialmente, para "prestar serviços
financeiros".
Na realidade, o Dresdner está
estudando a Ipiranga para definir
a possibilidade de sua compra pela estatal.
A Ipiranga é a segunda maior
empresa do mercado de combustíveis automotivos do Brasil, com
cerca de 19% do total. Se vier a
comprá-la sozinha, a Petrobras
pode ter problemas com o Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por excesso de
concentração no setor.
A expectativa do mercado é que
a estatal se associe a um grupo internacional na compra da Ipiranga. Esse grupo pode ser a italiana
Agip, que está em expansão no
mercado brasileiro, ou a espanhola Repsol, que já controla a argentina YPF.
Repsol
Interessada em ampliar sua pequena presença no mercado argentino de combustíveis, a Petrobras está negociando com a Repsol uma troca envolvendo parte
da refinaria Alberto Pasqualini,
localizada no município gaúcho
de Canoas (região metropolitana
de Porto Alegre).
Reichstul disse que a troca com
a Repsol não implicará perda pela
Petrobras do controle acionário
da usina de Canoas.
Em relação à compra da Ipiranga, o presidente da Petrobras negou que haja negociação, assim
como já havia feito o ministro das
Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, e disse que nem sequer tem
informação sobre se a empresa
está à venda.
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