|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
País leva castigo e serve de exemplo, diz Ricupero
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário-geral da Unctad
(Conferência das Nações Unidas
sobre Comércio e Desenvolvimento), Rubens Ricupero, avalia
que, ao não receber recursos externos, a Argentina está sendo
"castigada" para servir de exemplo a outros países em desenvolvimento.
O exemplo também se aplicará
aos bancos, que passarão a ter
mais cuidado com seus investimentos, segundo ele. Ricupero
avalia que esse castigo é exagerado e poderá afetar o Brasil.
"Há um elemento de castigo e
punição no que está acontecendo
na Argentina. Mas é absolutamente injustificável castigar um
povo todo pelos pecados que possam ter sido cometidos por seus
dirigentes", afirmou.
Ricupero traçou ontem um
quadro sombrio sobre o cenário
mundial e afirmou que a globalização está ameaçada pelos acontecimentos recentes. Sua avaliação foi apresentada durante seminário sobre globalização organizado pela Comissão Econômica
para América Latina e Caribe.
A piora na classificação da dívida brasileira por alguns bancos de
investimento, comentou ele, não
é resultado apenas das eleições
presidenciais, mas de efeitos da
crise argentina que ainda poderão
acontecer. Um dos efeitos seria o
aumento do custo de rolagem das
dívidas dos países emergentes.
Cinco fatores
Para o embaixador, as perspectivas mundiais são inquietantes
por causa de cinco fatores: 1) a luta contra o terrorismo, que dificulta as relações entre os países, 2)
o agravamento da crise do Oriente Médio, 3) a crise argentina e
seus impactos, 4) os efeitos do
avanço da extrema direita sobre a
migração de mão-de-obra, e 5) o
recrudescimento do protecionismo nos países que deveriam exercer posição de liderança na abertura comercial.
Sobre o protecionismo, Ricupero citou a aprovação da nova lei
de subsídios agrícolas pelo Congresso americano e as cotas de
importação de aço, também impostas pelos americanos.
Texto Anterior: Meta de emissão de pesos estourou Próximo Texto: Panorâmica - FGTS: Desistência de acordo já tem cerca de 2.500 Índice
|