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MERCADO FINANCEIRO
Ações da empresa brasileira caem cerca de 11%; procura por "hedge" cresce e dólar sobe 1,35%
Crise da WorldCom derruba Embratel
DA REPORTAGEM LOCAL
As ações da Embratel lideraram
as perdas do Ibovespa ontem. O
papel preferencial fechou com
baixa de 11,4% -no ano, a queda
está em 52,3%. As ações ordinárias se desvalorizaram 10,8%
-de janeiro até agora acumulam
perdas de 41,5%.
A deterioração se deve às dificuldades financeiras enfrentadas
pela controladora da empresa
brasileira, a americana WorldCom, rebaixada pela Moody's.
As perdas da Embratel contribuíram para o mau dia da Bolsa,
que caiu 4,08% ontem -no mês,
a desvalorização é de 7,5%.
Mas "obsessão" e "paranóia"
diante do cenário político foram
as palavras mais usadas por analistas e operadores ao tentar explicar a tensão do mercado ontem.
Segundo analistas, o mercado
especula em torno de boatos referentes à sucessão presidencial, especialmente depois das denúncias contra Ricardo Sério, tesoureiro de campanhas do PSDB, feitas pela revista "Veja". Há o temor
de que o governo não consiga eleger seu sucessor e de que Lula
(PT) vença no já primeiro turno.
O dólar voltou a subir forte
-mais 1,35%, para R$ 2,472.
Com a alta da moeda americana,
cresce a procura das empresas
por "hedge" (proteção cambial).
Por meio dessas operações, os investidores tentam impedir que
suas dívidas em dólar disparem
ou seu patrimônio na moeda seja
depreciado por causa da alta da
cotação. Houve ontem o boato de
que uma empresa teria feito uma
grande operação de "hedge", no
valor de US$ 400 milhões.
"Está claro que o que tem ditado
a tensão é o risco político. O cenário econômico está dentro do esperado. Até o crescimento menor
do país já era previsto", diz Mauricio Zanella, do Lloyds TSB.
Para que a tranquilidade volte
às mesas de negociações, será necessário que o governo reagrupe
sua base política. Em resumo, que
o PFL volte a apoiá-lo. Para alguns analistas, há meios de isso
acontecer com a manutenção da
candidatura de José Serra
(PSDB). Para outros, só se ele desistir de disputar as eleições.
"A cada dia que passa o mercado fica mais realista. As chances
de Lula crescem, e Serra não empolga ninguém", diz Carlos Camacho, diretor-executivo da GAP
Asset Management. "Mas não
acho que os investidores estejam
se desfazendo de papéis do Brasil,
apenas diminuem sua exposição."
(ANA PAULA RAGAZZI)
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