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RECEITA ORTODOXA
Taxa de inflação ainda é o maior temor do Banco Central, que deve manter a taxa em 26,5% ao ano
Juro não deve cair, sinalizam diretores do BC
DA SUCURSAL DO RIO
Dois diretores do Banco Central
deram sinais claros ontem de que
a taxa de juros básica não deve ser
reduzida na próxima reunião do
Copom (Comitê de Política Monetária) marcada para os próximos dias 20 e 21. O temor manifestados pelos dois é o mesmo: o
movimento errático da inflação.
Investidores que tiveram um
encontro com o diretor de Política Monetária do BC, Luiz Augusto Candiota, saíram com a nítida
sensação de que o Copom vai
manter a taxa Selic no mesmo valor de 26,5% ao ano.
No Rio de Janeiro, as declarações feitas pelo diretor de Política
Econômica do BC, Ilan Goldfajn,
durante almoço-palestra, seguido
de entrevista, para executivos financeiros permitem concluir ser
quase impossível que os juros
caiam agora.
De acordo com Goldfajn, o indicador fundamental para que se
possa considerar que a situação
macroeconômica está sob controle é a taxa de inflação. Ele disse
que a taxa vem caindo, mas não
na velocidade desejada.
"Enquanto não conseguirmos
fazer com que a inflação volte a
patamares menores o ajuste não
será completo", afirmou.
Goldfajn disse que o BC encara
"com muita seriedade" as metas
oficiais de inflação para este e para o próximo ano, mas ressaltou
que, na avaliação do governo, só
no final de 2004 o país estará totalmente recuperado da crise cambial do ano passado.
Segundo ele, se o Brasil fosse um
país rico e estável, poderia simplesmente dizer para o mercado:
"Nos procurem daqui a dois
anos". Como não é o caso, o país
precisa, disse, mostrar mês a mês
que está trabalhando na direção
de retomar o controle do processo inflacionário.
"Não adianta ter um crescimento que não vai se sustentar só para
satisfazer ansiedades", disse
Goldfajn, respondendo a uma
pergunta sobre a redução da demanda detectada pela queda da
produção industrial.
Durante a análise do ajuste sofrido pela economia brasileira no
ano passado e sobre as perspectivas para este ano, Goldfajn estimou que o saldo da balança comercial poderá chegar a US$ 17,5
bilhões, superando a estimativa
oficial de US$ 16 bilhões.
Admitiu, porém, que os investimentos estrangeiros diretos poderão ser menores que os US$ 13
bilhões esperados, ficando entre
US$ 11 bilhões e US$ 12 bilhões.
Colaborou a Redação
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