São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

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Até pouso de avião é aplaudido

Marco Antonio Teixeira/"O Globo"
Avião da Varig passa perto do local onde ocorreu assembléia, no aeroporto Santos Dumont (RJ)


DA SUCURSAL DO RIO

A assembléia de credores que deixou nas mãos do mercado a decisão sobre os rumos da Varig teve um tom bastante emotivo para os funcionários da companhia.
Realizada no hangar da Varig no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, a assembléia chegou a ser interrompida diversas vezes pela chegada dos aviões da empresa, aplaudidos de pé pelos funcionários.
Durante a apresentação da proposta desenhada pela Varig e pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), o comandante e o co-piloto de um dos aviões da empresa que pousavam no aeroporto acenaram com uma bandeira do Brasil de dentro da cabine e levantaram uma camiseta da companhia.
Coberto de faixas da empresa, o painel de apresentação dos resultados trazia a inscrição "A Varig unida jamais será vencida". Os aviões da concorrente TAM foram vaiados diversas vezes pelos funcionários da Varig.
Até mesmo Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal, destacou a resistência dos funcionários. "É impressionante a força que a Varig tem, a mística que a empresa tem para trazer tantos funcionários para esta reunião."
As perguntas dos aeroviários e aeronautas presentes à assembléia evidenciaram a preocupação com a manutenção dos empregos, o regime de trabalho e o futuro do fundo de pensão da companhia, o Aerus, que teve decretada a liquidação dos planos da Varig.
Chorando, com um terço nas mãos, uma das funcionárias perguntou ao diretor da Alvarez & Marsal, após a apresentação da proposta, qual seria o destino do Aerus. Caso a parte operacional da Varig seja vendida, o comprador terá que assinar uma cláusula de fiança em relação ao Aerus -uma garantia de que, se a Varig Relacionamento não conseguir honrar a dívida com o fundo, esse novo comprador terá de efetuar o pagamento. (JL)


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