São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRISE NO AR

Presidente da empresa afirma que acúmulo de milhas é essencial para a companhia, por estimular fidelidade do cliente

Programa Smiles não será afetado, diz Varig

DA SUCURSAL DO RIO

A Varig afirma que o cliente do programa Smiles não será afetado pela definição de dois modelos distintos de venda de parte dos ativos da companhia aérea. Segundo o presidente da Varig, Marcelo Bottini, o plano de acúmulo de milhas é essencial para a companhia por gerar receitas e garantir a fidelidade do cliente.
Se a companhia for dividida em Varig Operacional e Varig Relacionamento, o passivo do programa continuará com a parte operacional da empresa. Gomes diz que a Varig Relacionamento ficaria responsável pela gestão do Smiles.
No caso da separação entre operações nacionais e internacionais, o ativo e o passivo do Smiles ficariam com a Varig Internacional. Neste modelo, seria necessário fechar um acordo com o comprador da Varig Nacional para que as milhas fossem aceitas.
Credores argumentam que o comprador da fatia doméstica não teria interesse em se comprometer com passagens gratuitas, mas a empresa defende que a necessidade de fechamento de um acordo não seria um empecilho para o cliente e que as milhas não deixarão de ser honradas. "Do ponto de vista do cliente, não há perda. É totalmente garantido o passivo do Smiles e vamos ter um programa cada vez mais estruturado", disse Bottini.

Nova administração
As mudanças na administração da Varig vão começar muito antes do leilão de venda de parte da companhia, que deve ser realizado em no mínimo 60 dias.
Dentro de dez dias, a FRB (Fundação Ruben Berta), controladora da Varig, deverá integralizar suas ações no FIP (Fundo de Investimento e Participação), um instrumento desenhado pela companhia para atrair investidores e cuidar da administração da empresa em recuperação judicial.
No mesmo prazo, o banco Brascan assume o papel de gestor do FIP e é quem efetivamente vai mandar na companhia. Em acordo fechado com a Alvarez & Marsal, a consultoria vai indicar novos membros do conselho de administração da Varig e da diretoria da empresa. Gomes se limitou a afirmar que os novos representantes do conselho serão profissionais do mercado.
Apesar da perspectiva de mudanças no quadro de executivos, não deverão ocorrer alterações significativas no número total de funcionários até a realização do leilão. Segundo Gomes, as demissões estão descartadas até que seja definido o modelo de operação da companhia. Nos próximos 60 dias, só ocorrerão demissões previstas no PDV (Programa de Demissões Voluntárias).
Desde janeiro, 1.700 funcionários foram desligados por meio de licenças sem vencimento, programa de aposentadoria antecipada e PDV. A Varig tem atualmente cerca de 9.000 funcionários.
O presidente da Varig reconhece que a companhia precisará demitir funcionários para ajustar o quadro ao das concorrentes.
"O nosso plano de reestruturação da empresa já trazia a necessidade de redução da força de trabalho", disse.

Marca Varig
Um dos aspectos que deverão ser discutidos até a realização do leilão é a hipótese de uso da marca Varig, caso as operações nacionais da empresa sejam vendidas.
Segundo Gomes, existe a hipótese de que a marca deixe de existir no mercado doméstico. A marca poderia ser deixada de lado se alguma das concorrentes assumisse o controle das operações nacionais.
(JANAINA LAGE)

Texto Anterior: Internet: AOL anuncia demissões nos Estados Unidos
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.