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CRISE NO AR
Presidente da empresa afirma que acúmulo de milhas é essencial para a companhia, por estimular fidelidade do cliente
Programa Smiles não será afetado, diz Varig
DA SUCURSAL DO RIO
A Varig afirma que o cliente do
programa Smiles não será afetado
pela definição de dois modelos
distintos de venda de parte dos
ativos da companhia aérea. Segundo o presidente da Varig,
Marcelo Bottini, o plano de acúmulo de milhas é essencial para a
companhia por gerar receitas e
garantir a fidelidade do cliente.
Se a companhia for dividida em
Varig Operacional e Varig Relacionamento, o passivo do programa continuará com a parte operacional da empresa. Gomes diz que
a Varig Relacionamento ficaria
responsável pela gestão do Smiles.
No caso da separação entre operações nacionais e internacionais,
o ativo e o passivo do Smiles ficariam com a Varig Internacional.
Neste modelo, seria necessário fechar um acordo com o comprador da Varig Nacional para que as
milhas fossem aceitas.
Credores argumentam que o
comprador da fatia doméstica
não teria interesse em se comprometer com passagens gratuitas,
mas a empresa defende que a necessidade de fechamento de um
acordo não seria um empecilho
para o cliente e que as milhas não
deixarão de ser honradas. "Do
ponto de vista do cliente, não há
perda. É totalmente garantido o
passivo do Smiles e vamos ter um
programa cada vez mais estruturado", disse Bottini.
Nova administração
As mudanças na administração
da Varig vão começar muito antes
do leilão de venda de parte da
companhia, que deve ser realizado em no mínimo 60 dias.
Dentro de dez dias, a FRB (Fundação Ruben Berta), controladora da Varig, deverá integralizar
suas ações no FIP (Fundo de Investimento e Participação), um
instrumento desenhado pela
companhia para atrair investidores e cuidar da administração da
empresa em recuperação judicial.
No mesmo prazo, o banco Brascan assume o papel de gestor do
FIP e é quem efetivamente vai
mandar na companhia. Em acordo fechado com a Alvarez & Marsal, a consultoria vai indicar novos membros do conselho de administração da Varig e da diretoria da empresa. Gomes se limitou
a afirmar que os novos representantes do conselho serão profissionais do mercado.
Apesar da perspectiva de mudanças no quadro de executivos,
não deverão ocorrer alterações
significativas no número total de
funcionários até a realização do
leilão. Segundo Gomes, as demissões estão descartadas até que seja
definido o modelo de operação da
companhia. Nos próximos 60
dias, só ocorrerão demissões previstas no PDV (Programa de Demissões Voluntárias).
Desde janeiro, 1.700 funcionários foram desligados por meio de
licenças sem vencimento, programa de aposentadoria antecipada e
PDV. A Varig tem atualmente
cerca de 9.000 funcionários.
O presidente da Varig reconhece que a companhia precisará demitir funcionários para ajustar o
quadro ao das concorrentes.
"O nosso plano de reestruturação da empresa já trazia a necessidade de redução da força de trabalho", disse.
Marca Varig
Um dos aspectos que deverão
ser discutidos até a realização do
leilão é a hipótese de uso da marca
Varig, caso as operações nacionais da empresa sejam vendidas.
Segundo Gomes, existe a hipótese de que a marca deixe de existir no mercado doméstico. A marca poderia ser deixada de lado se
alguma das concorrentes assumisse o controle das operações
nacionais.
(JANAINA LAGE)
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