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TENSÃO ENTRE VIZINHOS
Estatal diz que indicação precisa cumprir requisitos
Petrobras quer discutir a
nomeação de bolivianos
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além do preço do gás natural, a
Petrobras quer discutir a nomeação de quatro bolivianos para a
estatal brasileira na reunião de
hoje em La Paz, Bolívia, com representantes do governo boliviano e da estatal YPBF. De acordo
com a empresa brasileira, para
que os indicados possam assumir
cargos de direção na Petrobras, é
preciso que sejam cumpridos
uma série de procedimentos.
"A indicação dos representantes do governo [boliviano] junto à
empresa foi uma iniciativa do governo [boliviano]. Isso é um motivo de nossa reunião amanhã
[hoje]", disse José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. "Nós
pretendemos colocar esse ponto
em discussão amanhã [hoje] com
a YPFB. No entanto, para transformá-los em diretores da Petrobras, uma série de procedimentos
precisam ser resolvidos."
Para a Petrobras Refinación,
dona das duas maiores refinarias
da Bolívia, foram indicados os diretores Victor Hugo Cuellar, Waldo Oblitas, Santiago Sologuren e
Sergio Miranda. Também foi nomeado um "síndico", que será o
militar Jorge Soruco.
O presidente da Petrobras e o
ministro de Minas e Energia brasileiro, Silas Rondeau, estiveram
ontem em Caracas, na Venezuela,
e hoje estarão na Bolívia (pela manhã em Santa Cruz de la Sierra e à
tarde em La Paz). Eles deram entrevista por telefone.
Gabrielli não quis adiantar o posicionamento da empresa nas negociações com o governo boliviano em relação ao preço do gás natural. "As negociações sobre preços e no âmbito do contrato serão
feitas na mesa de negociações entre a YPFB e Petrobras. Nós faremos essa negociação a partir de
amanhã [hoje]", disse.
Desde a assinatura do decreto
que regulamenta a nacionalização, em 1º de maio, praticamente
não houve contato entre a Petrobras e o governo boliviano. Em
entrevista na quinta-feira, o presidente da Petrobras Bolívia, José
Fernando de Freitas, disse que a
empresa ainda não havia sido
orientada sobre como proceder
para cumprir as medidas do decreto e que não sabia sequer como
teria de pagar a elevação de 50%
para 82% da tributação.
Ainda de acordo com o presidente da Petrobras, o aumento de
impostos anunciado domingo pelo presidente da Venezuela, Hugo
Chávez, não afetará a empresa. O
novo imposto já estaria contemplado nos contratos da estatal.
Chávez disse ainda que a Venezuela vai aumentar o Imposto de
Renda das empresas que exploram petróleo próximo ao rio Orinoco, de 34% para 50%.
O ministro Silas Rondeau afirmou que o principal tema tratado
ontem com o governo venezuelano foi o projeto de construção de
um gasoduto ligando a Venezuela
aos países do Cone Sul. Estudos
preliminares sobre o tema serão
apresentados na próxima reunião
entre os presidentes de Brasil, Venezuela, Argentina e Bolívia.
Colaborou o enviado especial
a Santa Cruz de la Sierra
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