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Cresce fatia de brasileiros no mercado de fusões e aquisições
DA REPORTAGEM LOCAL
Impulsionadas pela valorização
do real, empresas brasileiras assumiram operações que antes pertenciam a multinacionais no Brasil em um volume maior e também empreenderam mais aquisições no exterior.
Dados divulgados ontem pela
consultoria PriceWaterHouseCoopers mostram que o número
de aquisições de controle e compras minoritárias lideradas por
empresas brasileiras teve um aumento de 41% em relação aos primeiros quatro meses do ano passado. Entre janeiro e abril deste
ano, a fatia de participação de empresas brasileiras em transações
de fusões e aquisições passou para
57%. Em 2005, essa proporção representava 46%.
Na avaliação de Raul Beers, sócio responsável por fusões e aquisições da PriceWaterHouseCoopers, esse movimento das empresas brasileiras também tem acontecido em outros países emergentes "com fundamentos econômicos fortes".
Nos quatro primeiros meses
deste ano, exemplos desse tipo de
operação foram a aquisição da
cervejaria argentina Quilmes pela
AmBev e a transação entre a Petrobras e a também argentina Pasadena. "A característica comum
das empresas brasileiras que estão
investindo lá fora é que elas
atuam em mercados globais e
precisam ter uma operação mundial para serem competitivas",
disse Beers. Nesses setores, estão
siderurgia, petróleo e mineração,
por exemplo.
Dentro do Brasil, o segmento de
"comércio varejista" liderou o número de transações nos primeiros
quatro meses, com 14 negócios.
No ano passado, no mesmo período, foram registrados 11 negócios.
Grandes negócios
O destaque nos quatro primeiros meses do ano foi o aumento
no número de negócios com valores anunciados acima de US$ 100
milhões. Entre janeiro e abril deste ano, foram 13 transações. A cifra dessas negociações chegou a
US$ 4,5 bilhões. Em 2005, essa soma chegou a US$ 2 bilhões.
Em termos de volume, foram
registradas 135 transações no período. Esse foi o melhor desempenho desde 2001.
Além dos prognósticos de crescimento da economia brasileira, o
economista da PriceWaterHouseCoopers enfatiza também que o
bom desempenho da Bolsa brasileira tem contribuído para animar
os investidores. "Quanto mais desenvolvida estiver a Bolsa, mais as
empresas conseguem captar recursos. Com isso, elas têm maior
capacidade de investir, o que favorece o mercado de fusões e
aquisições", avaliou.
Quanto ao ânimo dos investidores estrangeiros, Beers afirmou
que ele é suscetível às variações
cambiais. Os ativos em reais no
Brasil estão mais caros para os estrangeiros. Antes de partir para
empreendimentos no país, diz
Beers, os estrangeiros vão fazer
uma análise mais criteriosa sobre
as estimativas de comportamento
da taxa cambial.
(CC)
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