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Estudo mostra que congelar gasto pode substituir a CPMF
Para a Fiesp, alta prevista na arrecadação seria suficiente para compensar fim dos recursos com a extinção do tributo
Entidades pedem que gastos federais sejam congelados para que o governo possa abrir mão
da cobrança do tributo
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cerca de 30 entidades reuniram-se ontem na sede da Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo) para divulgar um manifesto contra a
prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e apresentar um estudo que confirma
a tese de que o corte de gastos
do governo torna desnecessária
a manutenção do tributo.
"Está previsto para este ano
aumento de arrecadação em
torno de R$ 40 bilhões. Então, a
rigor, bastaria ao governo congelar os gastos -que têm crescido muito. E há também os juros: a cada 1% [de redução], são
R$ 10 bilhões por ano", disse o
presidente da Fiesp, Paulo
Skaf, argumentando contra a
renovação do tributo.
O presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil,
seção São Paulo), Luiz Flávio
Borges D'Urso, lembrou a criação do tributo em 1996 como
"um pedido de voto de confiança à nação brasileira, com a ressalva de que a receita se prestaria a salvar a saúde pública e as
informações não seriam usadas
para controlar o contribuinte".
Apesar do compromisso, o
caráter provisório do tributo
foi deturpado com as sucessivas prorrogações (em 1999 e
em 2002), os recursos não foram direcionados à saúde, e,
desde 2001, a lei 10.174 autorizou a Receita a utilizar os dados
bancários do contribuinte para
processos administrativos.
"Todos os votos de confiança
foram dados e em nenhuma vez
o governo honrou os compromissos."
O estudo do Departamento
Econômico da Fiesp afirma
que o tributo tem efeito direto
sobre as taxas de juros e aponta
uma potencial redução de gastos do governo da ordem de
5,5% do PIB no prazo de 12 a 24
anos. Mostra, ainda, a evolução
da carga tributária brasileira
(33,7% do PIB) e a equipara à
média de países industrializados (38,8%), apesar de situar-se
entre os países ainda em desenvolvimento (média é de 27,4%).
O presidente do Sescon-SP
(sindicato das empresas contábeis), José Maria Chapina, destacou o rombo anual de R$ 34
bilhões com desvios da Previdência Social, cifra superior aos
R$ 32 bilhões arrecadados pela
CPMF em 2006, que mostra,
segundo ele, a necessidade de
melhor controle dos gastos públicos.
Além dos deputados federais
Paulo Bornhausen (DEM-SC),
um dos criadores da campanha
"Xô CPMF", e Guilherme Campos (DEM-SP), assinaram o
manifesto representantes da
Federação da Agricultura, da
Associação Comercial de São
Paulo, do Sebrae, da Central
Geral dos Trabalhadores, da
Associação dos Executivos de
Finanças, Administração e
Contabilidade, da Ordem dos
Economistas e do Sindicato das
das Empresas de Arquitetura,
Engenharia e Construção.
Para participar da campanha
"Xô CPMF", basta entrar no site www.xocpmf.com.br e clicar em "Junte-se a nós".
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