São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2007

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Bolsa chinesa ignora alerta, sobe 1,6% e bate recorde

Índice ultrapassa os 4.000 pontos pela primeira vez

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores chineses ignoraram os alertas do governo contra a formação de um bolha no mercado acionário local e levaram a Bolsa de Xangai a superar os 4.000 pontos, ontem, pela primeira vez na história.
A China vive uma corrida para a Bolsa, alimentada pela alta de quase 50% registrada desde o começo do ano -ontem, Xangai teve valorização de 1,6%. O número de investidores individuais que abrem contas nas corretoras que operam nas Bolsas de Xangai e Shenzhen já se aproxima de 100 milhões.
Somente em abril passado, 4,5 milhões de chineses começaram a investir na Bolsa, número ligeiramente inferior aos 4,78 milhões registrados no primeiro trimestre. No ano, são 9,28 milhões de contas, três vezes mais que as abertas em todo o ano de 2005.
A Bolsa de Xangai bateu ainda o recorde de volume de negócios e movimentou US$ 49 bilhões, ontem. O valor superou a soma das operações de todas as outras Bolsas da Ásia, incluindo a do Japão, que teve negócios de US$ 26,9 bilhões.
Depois de perder mais da metade de seu valor no período de 2001 a 2005, a Bolsa de Xangai iniciou um período de exuberância em 2006, quando teve valorização de 130%.
A China deu um susto no mercado financeiro global no dia 27 de fevereiro, com a queda de 9% no índice de Xangai, o mais importante do país, para 2.900 pontos. Nos 71 dias decorridos desde então, a Bolsa teve valorização de 38%.
O mercado acionário chinês é dominado por investidores individuais, que se movimentam muito mais por rumores do que por informações confiáveis sobre as empresas. A principal fonte de recursos das aplicações é o enorme volume de depósitos bancários, que têm remuneração de cerca de 3% ao ano -em dezembro, eles somavam US$ 4,46 trilhões, o equivalente a 166% do PIB do país.
Quando vê seu amigo ou vizinho ganhar 40 vezes mais na Bolsa, o chinês retira seu dinheiro do banco e compra ações. O círculo é alimentado pelos sucessivos recordes, que seduzem novos investidores.


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