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Bolsa chinesa ignora alerta, sobe 1,6% e bate recorde
Índice ultrapassa os 4.000 pontos pela primeira vez
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investidores chineses ignoraram os alertas do governo
contra a formação de um bolha
no mercado acionário local e levaram a Bolsa de Xangai a superar os 4.000 pontos, ontem, pela primeira vez na história.
A China vive uma corrida para a Bolsa, alimentada pela alta
de quase 50% registrada desde
o começo do ano -ontem, Xangai teve valorização de 1,6%. O
número de investidores individuais que abrem contas nas
corretoras que operam nas Bolsas de Xangai e Shenzhen já se
aproxima de 100 milhões.
Somente em abril passado,
4,5 milhões de chineses começaram a investir na Bolsa, número ligeiramente inferior aos
4,78 milhões registrados no
primeiro trimestre. No ano, são
9,28 milhões de contas, três vezes mais que as abertas em todo
o ano de 2005.
A Bolsa de Xangai bateu ainda o recorde de volume de negócios e movimentou US$ 49
bilhões, ontem. O valor superou a soma das operações de todas as outras Bolsas da Ásia, incluindo a do Japão, que teve negócios de US$ 26,9 bilhões.
Depois de perder mais da
metade de seu valor no período
de 2001 a 2005, a Bolsa de Xangai iniciou um período de exuberância em 2006, quando teve
valorização de 130%.
A China deu um susto no
mercado financeiro global no
dia 27 de fevereiro, com a queda de 9% no índice de Xangai, o
mais importante do país, para
2.900 pontos. Nos 71 dias decorridos desde então, a Bolsa
teve valorização de 38%.
O mercado acionário chinês
é dominado por investidores
individuais, que se movimentam muito mais por rumores
do que por informações confiáveis sobre as empresas. A principal fonte de recursos das aplicações é o enorme volume de
depósitos bancários, que têm
remuneração de cerca de 3% ao
ano -em dezembro, eles somavam US$ 4,46 trilhões, o equivalente a 166% do PIB do país.
Quando vê seu amigo ou vizinho ganhar 40 vezes mais na
Bolsa, o chinês retira seu dinheiro do banco e compra
ações. O círculo é alimentado
pelos sucessivos recordes, que
seduzem novos investidores.
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