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Para ministério, regra não evita contaminação
DO ENVIADO ESPECIAL A
CAMPO MOURÃO (PR)
O Nead (Núcleo de Estudos
Agrários e Desenvolvimento
Rural), ligado ao gabinete do
MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), acaba de finalizar um relatório em que pede à CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança)
a revisão imediata das regras de
plantio de variedades transgênicas de milho autorizadas em
todo o país.
O relatório é categórico em
afirmar que, pelas regras atuais
de espaçamento, é impossível
evitar a contaminação de lavouras de milho convencionais
e orgânicas por material genético de plantas modificadas.
Pela resolução em vigor, lavouras transgênicas de milho,
quando vizinhas de plantios
convencionais ou orgânicos,
devem respeitar a distância de
100 metros, ou, de forma "alternativa", 20 metros com uma
bordadura de milho não OGM.
A CTNBio, com base em pesquisas, afirma que a bruma de
pólen de uma planta não viaja
mais do que dez metros -portanto não irá contaminar plantios de milho convencional.
No campo, a avaliação da comissão é vista com muita desconfiança, uma das razões que
levam neste momento grandes
cooperativas, como a Comigo
(a maior do Centro-Oeste), ou a
Copacol, no Paraná, a não se
dar ao trabalho de fazer nenhuma separação entre transgênicos e não transgênicos.
Contestação
A CTNBio refuta o relatório
desenvolvido pelo núcleo de estudos do MDA e reconhece que
o assunto divide os membros
do governo Lula.
"O governo é ambíguo acerca
do uso da tecnologia da transgenia no Brasil. Os ministérios
da Agricultura, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e
da Ciência e Tecnologia apoiam
os eventos transgênicos e refutam o relatório do MDA. Do
ponto de vista científico, [o relatório] não se sustenta", diz
Jairon do Nascimento, secretário-executivo da comissão.
Gilles Ferment, pesquisador
do Nead/MDA, critica o método de gestão de risco dos transgênicos na CTNBio.
(AB)
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