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Produtor perde dois contratos por contaminação
DO ENVIADO ESPECIAL A CASCAVEL (PR)
Ademir Vicente Ferronato,
52, é produtor rural em Medianeira, cidade entre Foz do Iguaçu e Cascavel. Ferronato é também uma vítima do avanço da
soja geneticamente modificada
e, por causa disso, um ex-produtor orgânico.
Em audiências públicas na
Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados e na
CTNBio (Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança), o
pequeno produtor contou como perdeu por duas vezes contratos especiais para a venda de
soja convencional devido à
contaminação do lote por sementes transgênicas. A última
vez em que isso ocorreu foi na
última safra de verão.
Agora, a nova preocupação
de Ferronato é o que pode ocorrer com o milho. A pequena lavoura de sete hectares em Medianeira está exatamente ao lado de um plantio de milho
transgênico. "O pólen do milho
"anda" três quilômetros. O milho dele está do lado do meu",
afirmou. A situação desse pequeno produtor não é a única.
A Gebana Brasil, trading suíça que compra e negocia contratos na Europa, tem recusado
a produção de muitos produtores da região devido à contaminação por grãos geneticamente
modificados. A contaminação
ocorre por vários motivos, desde o uso de uma máquina que
não tenha sido completamente
limpa até a poeira produzida na
colheita de um vizinho com lavoura transgênica.
Para os pequenos produtores
do Paraná, esse tipo de contrato é muito importante. Sem escala de produção, esses contratos para fornecimento de soja e
milho orgânicos lhes garantem
remuneração maior por tonelada. "O preço pago por uma tonelada de grãos orgânicos chega a ser entre 15% e 20% maior
que o negociado em ofertas de
milho ou soja convencionais",
afirma Eduardo Mattioli Rizzi,
gerente do Departamento Agrícola da Gebana Brasil.
(AB)
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